2 em cada 10 acidentes aéreos no Brasil envolveram falha no motor

Dois em cada dez acidentes aéreos ocorridos no Brasil nos últimos dez anos tiveram a ocorrência de falha ou mau funcionamento do motor. Os dados são do Sinpaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), mantido pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

Entenda

País teve 1.580 acidentes aéreos nos últimos dez anos. O número de acidentes vem crescendo nos últimos três anos. Foram 138 em 2022, 155 em 2023, e 175 em 2024, o maior número desde o início da série histórica, em 2015. Em 2025 já foram 21 acidentes.

A maior parte dos acidentes teve alguma ocorrência no momento da decolagem da aeronave. Foram 307 ocorrências nesse momento do voo, o que corresponde a 19% dos acidentes. O momento em que o avião está em velocidade de cruzeiro (período entre a decolagem e o pouso) foi o segundo com maior número de ocorrências: 275 ocorrências, o que corresponde a 17% do total de acidentes.

A falha ou o mau funcionamento no motor foi o tipo de ocorrência mais frequente nos acidentes. Foram 355 casos, o que corresponde a 22% dos acidentes, dois em cada dez. O segundo tipo de ocorrência mais frequente foi a perda do controle em voo, com 303 casos (19% dos casos).

O estado de São Paulo foi o que mais registrou acidentes, com 290 casos. Em seguida estão Mato Grosso, com 182 casos nos últimos dez anos, e Rio Grande do Sul, com 147 acidentes.

As ocorrências mais frequentes

  • Falha ou mau funcionamento do motor: 355 casos
  • Perda de controle em voo: 303 casos
  • Excursão de pista: 290 casos
  • Perda de controle no solo: 153 casos
  • Operação a baixa altitude: 126 casos

Acidente em São Paulo

Ainda não se sabe a causa do acidente com o avião que caiu em São Paulo nesta sexta-feira (7). O piloto e o passageiro, dono da aeronave, morreram carbonizados. Investigadores do Cenipa foram acionados.

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Perito cita falha mecânica. O perito aeronáutico e forense Daniel Kalazans disse em entrevista ao UOL News que uma falha mecânica pode ser a causa mais provável da queda.

Operei muito no Campo de Marte, que tem uma área muito complicada após a decolagem. Tudo indica que foi uma falha técnica, mecânica. Entendo que ele [o piloto] tenha buscado o retorno. A melhor opção seria voltar para o próprio Campo de Marte e provavelmente isso não foi possível.
Daniel Kalazans, perito aeronáutico e forense

Aeronave era um King Air com capacidade para até 8 passageiros. O avião matrícula PSFEM foi fabricado em 1981 e transferido de dono em dezembro de 2024. A aeronavegabilidade (estado de segurança da aeronave) estava em situação normal.

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