Veja quem são as 10 vítimas de acidentes aéreos do Brasil em 2025

Dez pessoas já morreram em acidentes aéreos nos 39 primeiros dias do ano. O número de vítimas aumentou após a queda de um avião de pequeno porte ontem, na Barra Funda, em São Paulo. Os dados são do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
O Brasil já registrou 21 acidentes aéreos em 2025. Oito ocorreram em São Paulo e Minas Gerais, sendo quatro em cada estado. Três acidentes foram registrados em Mato Grosso. Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul tiveram dois acidentes cada. Já Roraima, Pará, Maranhão e Santa Catarina registraram um acidente neste ano.
Com apenas sete dias em fevereiro, o acumulado do ano de 2025 já é maior do que o registrado nos dois primeiros meses de 2024. Em janeiro e fevereiro do ano passado, sete pessoas morreram em seis acidentes fatais.
Veja quem são as 10 vítimas
São Paulo
Um avião caiu nesta sexta-feira (7) no bairro da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Duas pessoas estavam a bordo do avião e morreram. Eles foram identificados como o piloto Gustavo Medeiros e o advogado Márcio Louzada Carpena, 49. A aeronave, um King Air F90, prefixo PS-FEM, decolou do aeroporto do Campo de Marte, na zona norte da capital, por volta das 7h15, rumo a Porto Alegre, e perdeu o contato com a central um minuto depois. O local da queda fica a cerca de cinco quilômetros dali (veja o trajeto).
Gustavo Carneiro Medeiros foi piloto particular, mas trabalhou na companhia aérea Azul entre os anos de 2011 e 2021. Medeiros nasceu em Porto Alegre e era formado em administração e ciências aeronáuticas pela PUC-RS. Em seu LinkedIn, ele dizia ter um total de 3.819 horas de voo como copiloto do modelo Embraer 190, além de 1.912 horas como comandante de aeronaves ATR, utilizadas em transporte regional.
Márcio Louzada Carpena era palestrante e advogado. Carpena deixa companheira e três filhos. Ele era pai de uma menina de 10 anos, uma adolescente de 14 e um menino de idade não identificada. Carpena também tinha um relacionamento com Francieli Pedrotti Rozales, biomédica e sócia de uma empresa de tratamentos estéticos. Ele costumava publicar fotos de viagens internacionais com a família em seu perfil no Instagram.

Na queda, o avião bateu em um ônibus urbano. O veículo da viação Santa Brígida operava a linha 8500-10 Terminal Pirituba - Terminal Barra Funda, e pegou fogo. Como estava no contrafluxo, indo do centro ao bairro cedo pela manhã, o ônibus só tinha cinco passageiros, além do motorista e o cobrador.
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas. Um motociclista foi socorrido após ser atingido por uma placa de trânsito. Cinco pessoas que estavam no ponto ou dentro do ônibus também sofreram ferimentos leves e não correm risco de vida, segundo Kleber Vitor Santos, médico do Samu que atende no local.
O motorista está em estado de choque, segundo médico do Samu que atende no local. Ele teve um mal súbito após o acidente, mas passa bem.
Ubatuba (SP)

No dia 9 de janeiro, um avião de pequeno porte ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba, no litoral de São Paulo, e explodiu. O acidente aconteceu na praia do Cruzeiro, ao lado do Aeroporto Estadual de Ubatuba, quando a aeronave tentava pousar. O voo partiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás (SWME), segundo a Rede VOA, concessionária responsável pelo aeroporto de Ubatuba.
O piloto Paulo Seghetto, 55, morreu. Segundo informações de suas redes sociais, Seghetto trabalhava como piloto profissional desde 1997. Na época, iniciou sua carreira como copiloto na Sete Táxi Aéreo, onde permaneceu por 13 anos e chegou ao cargo de capitão de um Learjet 35, jato executivo bimotor de médio porte. Entre 2010 e 2014, atuou como piloto na Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. Desde então, dedicava-se à aviação executiva
Os quatro passageiros foram resgatados vivos e se recuperam do acidente. O avião pertence à família Fries, e estavam na aeronave a empresária Mireylle Fries, o marido dela e os dois filhos do casal.
Caieiras (SP)

Um helicóptero com quatro pessoas caiu no dia 16 de janeiro na cidade de Caieras, na Grande São Paulo, em uma área de mata fechada. O piloto, identificado como Edenilson de Oliveira Costa, e uma adolescente de 12 anos, sobreviveram.
Os pais da adolescente morreram no momento da queda. Eles foram identificados como o empresário André Feldman, 50, e sua esposa Juliana Elisa Alves Maria Feldman, 49.

Juliana Alves Feldman. Nas redes sociais, Juliana se apresentava como empresária. Ela estudou economia na FAAP e trabalhou como gerente comercial em uma empresa entre 2003 e 2008, quando resolveu empreender. Ela não dava detalhes sobre sua vida pessoal nas raras publicações que fazia
André Feldman. André era CEO da empresa Big Brazil International Games, da área de apostas esportivas, poker e loteria. Ele tinha costume de dar entrevistas falando sobre o avanço na legalização. Os dois eram de Americana (SP), cidade para qual helicóptero seguia no momento da queda.
Veríssimo (MG)

No dia 22 de janeiro um avião que realizava uma pulverização agrícola caiu na zona rural de Veríssimo. A cidade fica a cerca de 40 km de Uberaba, em Minas Gerais.
O piloto da aeronave foi identificado como Walter Luís Nicolielo Junior, 48. Ele era o único ocupante da aeronave e morreu no local. Walter era natural de Monte Alto (SP) e deixa uma filha, a irmã e os pais. Ele já havia trabalhado como piloto comercial e tinha mais de 20 anos de experiência.
Canarana (MT)

Um piloto morreu após um avião agrícola cair no dia 23 de janeiro. Aeronave caiu em uma fazenda do município de Canarana, a 838 km de Cuiabá, no Mato Grosso. O profissional foi identificado como João Edson Belafronte, 69. Ele estava sozinho na aeronave.
A vítima realizava uma pulverização agrícola, segundo as autoridades locais. De acordo com a Anac, a aeronave Cessna Aircraft, matrícula PR-AAN, estava regularizada e registrada como prestadora de serviços privados.
João tinha mais de 50 anos de experiência. Nas redes sociais, amigos se despediram do piloto e contaram que ele era apaixonado por aviação. Ele deixa esposa e filhos.
Cruzília (MG)

Três pessoas morreram na queda de um helicóptero no dia 27 de janeiro, em Cruzília (MG). As vítimas foram identificadas como o piloto Fernando André Ferreira, 46, o gerente da fazenda, Lúcio André Duarte, 39, e a esposa dele, Elaine Moraes Souza, 37. Segundo as autoridades locais, os ocupantes do helicóptero estavam retornando ao local de partida.
Fernando, piloto do helicóptero, era de Goiânia. Ele prestava serviço de pulverização na fazenda. Lucio André Duarte era o gerente da fazenda onde aconteceu o acidente. Ele era casado com Elaine Moraes Souza, que também estava no helicóptero e morreu na queda. A mulher trabalhava como auxiliar administrativo na fazenda. O dono da propriedade onde a aeronave caiu, Amauri Pinto Costa, disse por telefone à EPTV, afiliada TV Globo, que os ocupantes da aeronave tinham saído no helicóptero para ir para outra fazenda e estavam retornando ao local de partida quando o acidente aconteceu.
Aeronave caiu durante pouso. À Globo, o dono da fazenda afirmou que funcionários viram a aeronave tentando pousar, quando, de repente, ela girou e bateu com a parte frontal contra o solo.
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