Morre funcionário vítima de incêndio em fábrica de fantasias no Rio
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Rodrigo de Oliveira, um dos homens resgatados do incêndio em uma fábrica de fantasias em Ramos, na zona norte do Rio, morreu hoje (16). Dezenas de pessoas trabalhavam no local e algumas dormiam quando o fogo começou, na última quarta-feira (12).
O que aconteceu
Homem deu entrada no Hospital Getúlio Vargas em estado grave. A idade da vítima não foi divulgada. Outros seis pacientes continuam internados no local, cinco estão em estado grave e uma mulher apresentou melhora no estado de saúde, informou a Secretaria Estadual de Saúde. Ao todo, 21 pessoas foram resgatadas.
A fábrica que pegou fogo é a Maximus Confecções, que produz roupas e fantasias para o Carnaval. Ela é especializada em produções para escolas de samba e uniformes militares.
Prédio não tinha aval de segurança do Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, a fábrica não estava com o laudo atualizado e, portanto, não poderia estar em funcionamento. O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou que autuou com urgência uma Notícia de Fato para apurar as condições de trabalho do local.
Império Serrano informou que todas as fantasias para o Carnaval estavam na fábrica. Em nota, escola de samba lamentou o incêndio e disse estar focada em garantir a segurança de todos os envolvidos neste acidente.
Outras escolas também foram impactadas. As agremiações Unidos da Ponte e Unidos do Parque Acari também se pronunciaram dizendo que toda a produção de fantasias estava na fábrica. Já as escolas União da Ilha do Governador e Unidos do Porto da Pedra afirmaram que possuíam produções de parte do desfile em responsabilidade da fábrica.
Como foi o incêndio
Um dos funcionários contou que o incêndio começou no térreo na manhã de quarta. O fogo se espalhou rapidamente por causa dos tecidos e outros materiais inflamáveis. "Algumas pessoas pularam, outras desceram pela escada", afirmou à TV Globo.
Funcionária disse que estava trabalhando quando começou a ouvir colegas gritarem "fogo". "Estávamos dentro do ateliê (...) quando eu abri a porta, o fogo veio e só deu tempo da gente correr, se jogar pela escada e sair. Mas tinha mais gente lá em cima. Pegou fogo em tudo, tudo, nas máquinas. Está desesperador, foi horrível", contou Roberta, em entrevista ao RJTV.
Trabalhadores citaram condições precárias de trabalho e irregularidades no local. Eles conversaram com a reportagem do UOL, mas optaram por não serem identificados.
Maioria dos trabalhadores passava a semana no local e só tinha direito a uma folga. O grupo se reveza nas funções durante 24 horas, em diferentes núcleos, cada um associado a escola de samba contratante.
A justificativa para o pernoite é principalmente a falta de recursos para voltar para casa todos os dias. O pagamento dos funcionários é feito conforme avaliação da complexidade do trabalho. O UOL apurou que salários podem ser pagos por dia, semana ou mês, com valores que acompanham o volume e a complexidade do trabalho feito.
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