Mulher morre após ter traqueia perfurada durante cirurgia plástica em BH
Ler resumo da notícia

A pedagoga Claudineia Lima, de 46 anos, morreu após passar por uma cirurgia plástica em um hospital privado de Belo Horizonte. Após o procedimento, foi constatado que a traqueia da paciente havia sido perfurada.
O que aconteceu
Familiares falam em erro médico. Em entrevista à TV Globo, a filha e o marido de Claudineia relataram a suspeita de que o médico Marcelo Reggiani teria perfurado a traqueia da pedagoga. No entanto, em nota, o médico nega a acusação e afirma que a perfuração pode ter sido causada pela anestesista do hospital, já que a paciente precisou ser intubada para realizar a cirurgia.
A pedagoga foi hospitalizada para realizar duas cirurgias. No hospital ULC, Claudineia fez uma correção de hérnia e uma abdominoplastia.
Após os procedimentos, a mulher começou a sentir incômodos na região da garganta. Com dificuldade para respirar e piora no quadro, a paciente foi transferida para um hospital privado, onde a perfuração da traqueia foi constatada. Contudo, por complicações com o plano de saúde da família, ela teve que ser transferida mais duas vezes até chegar a um hospital público.
Claudineia faleceu após a realização de um terceiro procedimento. Após a perfuração ser confirmada e a finalização de todas as transferências entre hospitais, a paciente foi submetida a outra cirurgia, dessa vez na garganta. A família relata que, após a intervenção médica, a pedagoga teve paradas cardíacas e não resistiu.
Cirurgião diz que não mexeu na traqueia da paciente. Em nota enviada ao UOL, Marcelo Reggiani disse que a responsável pela intubação era a anestesista do hospital ULC, e que o cirurgião plástico não soube da perfuração durante a cirurgia, mas pediu a transferência após constatar que a paciente passou por intercorrências. Segundo o site do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), a situação do médico é regular.
O caso é investigado pela polícia. Em nota, a corporação informou que apura o ocorrido, mas que nenhum envolvido foi conduzido à delegacia. A Prefeitura de Belo Horizonte explicou que o hospital está em processo de renovação de Alvará Sanitário, "o que não impede o funcionamento do estabelecimento". Segundo a administração municipal, a última vistoria da Vigilância Sanitária no local foi em 27 de janeiro de 2025.
Ao UOL, o hospital ULC disse que a cirurgia da paciente "transcorreu sem intercorrências, com monitoramento rigoroso conforme os protocolos de segurança". O nome da médica anestesista citada pelo cirurgião não foi divulgado, por isso não foi possível localizá-la. O espaço fica aberto para manifestações.
Nota do médico cirurgião
Após os esclarecimentos já enviados à imprensa e considerando a necessidade de elucidar alguns pontos que porventura não foram compreendidos, reiteramos a distinção entre as responsabilidades médicas da cirurgia plástica e da anestesia.
Reforçamos que não foi de competência do cirurgião plástico a manipulação da traqueia da paciente. A cirurgia plástica não manipula a traquéia em cirurgia abdominal. Não houve intercorrência no procedimento cirurgia plástica. A intubação da paciente foi realizada e ficou a cargo da equipe de anestesia que atua no Hospital ULC, onde a cirurgia foi realizada, como parte do protocolo anestésico. O local possui autorização para a realização segura de diversos procedimentos médicos e cirúrgicos.
O acompanhamento pós-cirúrgico da paciente também era de responsabilidade do Hospital ULC. Ainda assim, o cirurgião plástico manteve contato próximo com a família, oferecendo apoio de forma ética e empática.
O cirurgião e a médica anestesista plantonista, em comum acordo, recomendaram a transferência da paciente para serviço de internação emergencial em um hospital com maior estrutura após detectarem um possível caso de anafilaxia (reação alérgica).
O cirurgião atribui o agravamento do quadro à demora no diagnóstico e tratamento efetivo, ocasionado por sucessivas transferências entre hospitais após a cirurgia plástica e que estão listadas a seguir.
Nota ULC
O Hospital ULC lamenta profundamente o falecimento da paciente Claudineia Francisca Lima e se solidariza com seus familiares neste momento difícil.
A paciente passou por uma cirurgia de abdominoplastia, lipoaspiração, enxertia de glúteo e correção de hérnia, sendo intubada para garantir sua segurança. A cirurgia transcorreu sem intercorrências, com monitoramento rigoroso conforme os protocolos de segurança.
No pós-operatório, ela apresentou um quadro clínico sugestivo de reação anafilática e foi prontamente assistida pela equipe médica e de enfermagem do Hospital ULC. Seguindo o protocolo institucional de Transição de Cuidados, foi transferida monitorada, estável e comunicativa, por maca e elevador, para o Hospital Life Center ainda com a hipótese diagnóstica de anafilaxia.
Ressaltamos que após a transição de cuidados, a definição e condução da paciente foi estabelecida entre as equipes de saúde que a assistiram e os seus familiares.
Reforçamos o nosso compromisso com a saúde, segurança e busca na excelência há mais de 22 anos.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.