Mulher diz ter sofrido agressão policial no Carnaval de Olinda
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A publicitária Leila Perci disse ter sido agredida por policiais militares durante o Carnaval de Olinda. Segundo seu relato, a violência aconteceu após ela ultrapassar acidentalmente um cordão de isolamento que cercava o desfile do bloco Homem da Meia-Noite. A vítima afirmou que foi atingida na cabeça com um bastão policial, precisando levar três pontos no ferimento.
O que aconteceu
Agressão começou após abordagem brusca. A mulher contou que, no meio da aglomeração de foliões, acabou entrando sem querer na área isolada por policiais. Inicialmente, disse ter se sentido segura no local. Entretanto, um dos policiais se aproximou de forma agressiva e ordenou que ela saísse da área. Ao tentar argumentar que não precisava ser tratada daquela maneira, ela foi empurrada pelo agente.
A minha sensação na hora foi: 'Ai, que legal, eu tô segura aqui, tem muita polícia. Tô perto do Homem da Meia-Noite'. Para mim, como pernambucana, foi uma emoção estar perto dessa entidade tão falada Leila Perci
Amigo tentou intervir e também foi agredido. A vítima disse que seu amigo, ao ver a agressão, tentou intervir e pediu que o policial não a agredisse. Nesse momento, outros dois agentes teriam se juntado à abordagem e passaram a agredir o homem com cacetetes.
Quando eu olhei para o lado, meu amigo estava todo encolhido, apanhando. A única coisa que consegui fazer foi dizer: 'Não faz isso'. Foi então que o policial virou para mim e me bateu na cabeça
Golpe na cabeça e marcas da agressão. A pancada com o cacetete resultou em um ferimento profundo, e a vítima precisou levar três pontos na testa. Além do impacto físico, Leila afirmou que o episódio agravou seu quadro de depressão e interrompeu seu trabalho durante o Carnaval.
A mulher, que é filha de uma policial civil aposentada, criticou a conduta dos agentes envolvidos, mas ressaltou que acredita no trabalho da polícia. A vítima cobrou posicionamento do Governo de Pernambuco e da governadora Raquel Lyra (PSDB-PE) para evitar que casos semelhantes voltem a ocorrer.
Eu sou filha de uma policial civil aposentada, um exemplo de profissional. E não é esse tipo de polícia que tem que existir. Eu sei que isso é uma minoria, mas esse tipo de criminoso precisa pagar pelo que fez Leila Perci
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco afirmou que, até o momento, não há registro de denúncia contra policiais por agressões no bloco do Sítio Histórico de Olinda. Em nota, a pasta declarou que a Polícia Militar "não compactua com situações que envolvem abusos de autoridade e/ou agressões físicas" e reforçou seu compromisso com a segurança e o bem-estar da população. O órgão destacou ainda que todo o efetivo empregado no policiamento do Carnaval é orientado a atuar dentro da legalidade e com respeito aos foliões.
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