'Jamais faria mal', diz advogado de jovem citado como ex de Vitória
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Gustavo Vinícius Moraes, 25, apontado como ex-namorado de Vitória Regina Souza, nega envolvimento na morte da adolescente de 17 anos, em Cajamar (SP).
O que aconteceu
Advogado contesta informações da investigação. Ao UOL, Edemm Shalon, que representa Gustavo, diz que o jovem está sendo ameaçado na internet. O advogado descreve Gustavo como um trabalhador autônomo "pai de um garoto de 4 anos, amigável, de família humilde". "Infelizmente, o que o vinculou foi uma mensagem que Vitória enviou para ele no ponto de ônibus. Ele não teve culpa nenhuma", diz.
"Não era ex-namorado." De acordo com as investigações, Gustavo era ex-namorado de Vitória. O advogado diz que eles eram amigos: saíram algumas vezes, continuavam conversando, mas não tinham "uma relação oficializada". "Gustavo diz que Vitória era adorável. Que não tinha nenhum motivo para fazer mal contra ela", afirma.
Álibi diferente. Segundo o delegado Aldo Galiano, responsável pela investigação, Vitória tentou conversar com Gustavo antes de desaparecer: ela queria que ele fosse buscá-la no ponto de ônibus, mas ele não atendeu, pois estaria num encontro com "uma menor de idade", de acordo com a polícia. Shalon confirma que Gustavo não atendeu porque estava com outra garota, mas diz que ela tem 27 anos.
"Nunca foi foragido." Shalon conta que Gustavo foi voluntariamente prestar depoimento na delegacia, junto do amigo Gabriel Neri, 23, com quem trabalha fazendo entregas de caminhão. Shalon também representa Gabriel. "Ocorre que, na saída da delegacia, um jornalista fixou a câmera no Gabriel e o identificou como Gustavo —e disse que ele era um dos suspeitos, o que não é verdade", diz o advogado.
"Nunca esteve no Corolla." Shalon diz que Gustavo não é amigo do suspeito Maicol Antonio Sales dos Santos, suspeito que foi preso no sábado. Maicol é o dono do Corolla visto no ponto onde Vitória desapareceu. O carro foi apreendido e está no GOE (Grupo de Operações Especiais) de Franco da Rocha (SP). Segundo a polícia, Gustavo pegou o Corolla emprestado. O advogado nega terminantemente: "A informação é inverídica. Ele jamais esteve no carro".
Ponto de ônibus. Segundo a polícia, Gustavo estava perto do ponto de ônibus no bairro de Ponunduva, onde Vitória sumiu. O advogado diz que eles moram perto, "a 5 minutos" um do outro. "É complicado afirmar que ele estava lá, porque afinal ele mora perto. É uma narrativa forçada querer vincular a presença do Gustavo", diz. "Gustavo sabe quem são [outros citados no caso, como Maicol Antonio Sales dos Santos e Daniel Pereira] porque moram próximas à casa dele, mas não tem nenhuma relação com eles", acrescenta.
Escreveu "ok". No primeiro depoimento à polícia, Gustavo afirmou que, quando Vitória desapareceu, no dia 26 de fevereiro, ele estava num encontro e só viu o WhatsApp por volta das 4h. A polícia descobriu que ele acessou o aplicativo antes e respondeu apenas um "ok" às mensagens da família de Vitória. O advogado diz desconhecer a informação.
Advogado diz que não é investigado. "Gustavo está na casa dele. Não teve prisão [decretada]. Não teve nenhuma determinação da autoridade policial. Ele prestou depoimento e foi liberado. Ele está na casa dele porque não tem o que temer", diz Shalon. Segundo a polícia, ele é investigado.
Relembre o caso
Vitória desapareceu no fim de fevereiro. Ela saiu do trabalho, pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga dizendo que estava com medo de estar sendo seguida.
Corolla passou pelo trajeto da jovem. Segundo a polícia, o carro teria perseguido a adolescente. Ela foi encontrada no dia 5 de março, com sinais de tortura.
Polícia investiga se PCC está envolvido. Segundo o delegado Aldo Galiano, Vitória foi encontrada com o cabelo raspado — o que é considerado um sinal deixado pela facção paulista por traição amorosa. Galiano também disse que, há quatro meses, um integrante do PCC foi preso na área onde o corpo foi encontrado.