Caso Vitória: 'Não existe investigação contra o pai da vítima', diz polícia
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A Polícia Civil de São Paulo desmentiu a informação de que Carlos Alberto Souza, pai da adolescente Vitória Regina de Sousa, 17, estaria entre os suspeitos do assassinato da menina. Ela foi encontrada morta em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.
O que aconteceu
Diretor da polícia negou que pai seja investigado. "Não existe investigação contra o pai da vítima", disse o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo, em coletiva na tarde de hoje.
Cativeiro pode ter sido encontrado. Segundo a polícia, ainda hoje será periciado o local para onde provavelmente Vitória foi levada e mantida antes de ser morta.
Polícia investiga se houve abuso sexual contra a vítima e se sangue em carro apreendido era dela. Autoridades aguardam os resultados dos exames. O DNA é demorado "porque precisa ser feita uma descontaminação do material biológico", encontrado no carro de um dos suspeitos, explica do Carmo.
Demos um grande passo com a prisão do Maicol, um dos autores que praticou essa barbárie
Diretor do Demacro, Luiz Carlos do Carmo
Maicol Antonio Sales dos Santos, suspeito de envolvimento no caso, foi preso no sábado após contradições no depoimento. Ele é dono do carro Corolla que teria sido visto no local onde Vitória desapareceu, e disse à polícia que na noite do crime estava em casa com a esposa, mas a companheira o desmentiu. "Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados", escreveu a juíza Juliana Junqueira na decisão em que acatou o pedido de prisão temporária.
Polícia trabalha com a hipótese de que mais de uma pessoa participou do crime. Para os investigadores, uma pessoa sozinha seria incapaz de cometer o crime. Além disso, chefe da Demacro explicou que os suspeitos se conheciam e eram amigos.
Ainda não está claro o dia exato em que Vitória morreu, nem a motivação para o assassinato. "Temos as provas testemunhais que já ajudaram muito e temos as provas técnicas que vão chegar", explicou o diretor. "Mandante e os motivos têm que vir na sequência, para evitar um grande prejuízo para pessoas inocentes", completou.
Suspeito tem prisão negada e ex-namorado diz que 'jamais faria mal'
A Polícia Civil pediu a prisão temporária de um homem identificado como Daniel Lucas Pereira, mas a Justiça negou. A juíza, porém, autorizou busca e apreensão na casa do investigado, e polícia apreendeu o celular dele.
Daniel teria gravado o trajeto feito por Vitória antes de desaparecer, diz polícia. As imagens foram encontradas no celular do suspeito, segundo diretor da Polícia Civil.
A situação do Daniel permanece em razão de que temos aqui o celular dele apreendido. Tem imagens do local onde a vítima desceria, até a residência dela. Três ou quatro vezes essas imagens, dias antes. Pode ser uma filmagem já preparando o local onde seria o arrebatamento. A prova está no celular dele
Diretor do Demacro, Luiz Carlos do Carmo
Gustavo Vinícius Moraes, ex-namorado de Vitória, também é investigado pelo crime. Ele apresentou versões diferentes no depoimento à polícia e, segundo as investigações, estaria perto do ponto de ônibus onde a adolescente sumiu.
Advogado contesta informações da investigação. Ao UOL, Edemm Shalon, que representa Gustavo, diz que o jovem está sendo ameaçado na internet. O advogado descreve Gustavo como um trabalhador autônomo, "pai de um garoto de 4 anos, amigável, de família humilde".
Relembre o caso
Vitória desapareceu no fim de fevereiro. Ela saiu do trabalho, pegou um ônibus e mandou mensagem para uma amiga. Depois, pegou outro ônibus e escreveu para a amiga dizendo que estava com medo de estar sendo seguida.
Corolla passou pelo trajeto da jovem. Segundo a polícia, o carro teria perseguido a adolescente. O corpo dela foi encontrado no dia 5 de março, com sinais de tortura.
A reportagem não conseguiu localizar as defesas de Daniel e Maicol. O espaço está aberto para manifestação.
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