Lago com carpas e piscina: polícia diz que casa de traficante é 'resort'
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A polícia encontrou um "resort de luxo" construído pelo traficante Peixão no Complexo de Israel, na zona norte do Rio. Ele é apontado como um dos líderes da facção TCP (Terceiro Comando Puro).
O que aconteceu
Local tem lago artificial para criação de carpas, academia com equipamentos modernos e uma piscina. A academia, por exemplo, foi identificada como um dos pontos de encontro da facção.
Imóvel de luxo foi construído em área de preservação ambiental, com dinheiro ilícito. Para a construção, foi feita a retirada de vegetação nativa e alteração do curso d'água. O empreendimento será demolido hoje, afirmou a polícia.



Traficante foi alvo de busca e apreensão na manhã de hoje. A Polícia Civil e Polícia Militar fizeram uma operação em endereços ligados ao traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, para "coletar provas que fortaleçam as investigações sobre a associação criminosa, bem como apreender materiais ilícitos, incluindo armas, equipamentos eletrônicos e documentos que possam contribuir para a elucidação de crimes praticados na região".
Investigação aponta que imóveis eram construídos para encobrir atividades criminosas. Nos endereços, os traficantes também armazenavam armas e drogas. Um dos endereços, em Parada de Lucas, era usado como esconderijo e base operacional do Peixão, diz a DRE (Delegacia de Repressão e Entorpecentes).
No domingo (9), a polícia prendeu outra liderança do TCP em Belford Roxo, na região metropolitana do Rio. O traficante Flávio Soares Lamin, conhecido como "Tony Kross", foi preso por PMs que faziam patrulhamento no complexo Santa Teresa. Ele estava foragido desde 2019.
TCP disputa territórios com Comando Vermelho
O TCP disputa poder com a facção rival Comando Vermelho e as milícias no Rio. O grupo ficou conhecido pela intolerância a religiões de matriz africana e por usar o nome de Deus para controlar áreas no Rio —seus líderes são evangélicos. Um dos símbolos usados pela facção é bandeira de Israel.
Até 2023, o grupo só atuava no Rio e no Amazonas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Depois, a facção começou a ampliar sua atuação no Ceará, um estado estratégico para o tráfico de drogas, onde o CV também está.
Pelo menos 200 pessoas foram vítimas do TCP nos últimos dois anos, principalmente na Baixada Fluminense. Em um dos golpes, os criminosos criam anúncios falsos de veículos na internet para sequestrar "clientes" interessados. O dinheiro que seria destinado à compra do carro é roubado e eles pedem Pix aos familiares para soltar os sequestrados.
Até fevereiro, a polícia prendeu cinco traficantes do TCP envolvidos no golpe. Um deles tinha 81 anotações criminais e cinco mandados de prisão por crimes como sequestro, extorsão e homicídio.
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