Corpo de jovem desaparecida em BH é achado enterrado em casa de suspeito
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A Polícia Civil encontrou ontem o corpo de uma jovem que estava desaparecida desde o último domingo em Belo Horizonte.
O que aconteceu
O corpo de Clara Maria Venâncio Rodrigues, 21, foi achado enterrado na casa de um dos suspeitos. A operação, da equipe da Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida, ocorreu na rua Frei Leopoldo, no bairro Ouro Preto, por volta das 11h30 de ontem.
Cova foi escavada no canto da varanda da residência. O cadáver estava coberto por terra, entulho e concreto, segundo informações do Corpo de Bombeiros, que auxiliou os policiais.
Três suspeitos foram presos. Eles foram ouvidos ainda ontem e um deles foi liberado por falta de evidências, por ora, de sua participação no crime.
Os outros dois homens, de 27 e 29 anos, seguem como suspeitos. De acordo com as autoridades policiais, 11 pessoas já foram ouvidas durante a investigação.
Clara Maria teria ido receber o dinheiro de um ex-colega de trabalho que devia cerca de R$ 400 a ela. Momentos antes de desaparecer, a jovem avisou ao namorado por mensagem que estava indo encontrar o homem, de acordo com a Polícia Civil mineira.
Em um ponto de encontro, o autor do crime teria convencido a jovem a ir até a casa dele, dizendo que havia esquecido o dinheiro. Momentos após a chegada, a jovem teria sido enforcada com um golpe de mata-leão e colocada em uma cama.
No domingo ela recebeu mensagem dizendo que estava com dinheiro e ia pagar a divida. Às 22h ela disse que estava cansada e pediu para encontrar num ponto intermediário, entre a padaria e um comércio. Ele aceitou e encontrou com ela nesse local. De alguma forma ele conseguiu convencer ela a ir a casa dele, acredito que para usar droga. Chegando na casa ela foi morta por enforcamento.
Alexandre Oliveira da Fonseca, delegado PCMG
Suspeitos entraram em contradição, segundo a polícia
Os dois suspeitos ouvidos teriam entrado em contradição nos depoimentos. O UOL não identificou os investigados e, portanto, não conseguiu contatar as defesas.
Autores desbloquearam o celular da vítima. Ainda segundo a investigação, os autores teriam tentado acessar o aplicativo de banco da vítima, mas não conseguiram, então passaram a responder mensagens se passando por Clara — neste momento, familiares e amigos já haviam anunciado o desaparecimento da jovem.
O suspeito disse que atraiu ela para lá pois disse que queria roubar ela, pegar contas bancárias. Mas o contraditório é que ela já foi morta logo na cozinha, assim não daria para acessar o celular. Já o outro comparsa já disse que tinha ódio dela. (...) O autor, que trabalhou com ela, tentou relacionamento com ela, e dias antes viu Clara com o namorado, isso pode ter criado um "ranço".
Alexandre Oliveira da Fonseca, delegado PCMG
Principal suspeito teria ideias nazistas e já teria feito apologia a necrofilia, segundo a polícia. Durante a coletiva de imprensa, a delegada Alessandra Wilke descreveu o investigado como alguém com "ódio" da vítima. Durante os depoimentos das testemunhas, pessoas indicaram que o suspeito teria dito que seria suscetível a necrofilia em um encontro de colegas em um bar.
Ele teria ódio e desejo de matar Clara porque ela repreendeu ele na frente de todos, quando ele teve uma fala nazista em um bar.
Alessandra Wilke, delegada PCMG
Jovem era skatista e designer
Padaria onde vítima trabalhava lamentou o ocorrido. ''É com grande tristeza que comunicamos o falecimento de Clara Maria Venâncio Rodrigues, integrante da equipe Passeli Boulangerie. Externamos nossos mais profundos sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos'', escreveu a empresa pelas redes sociais.
Clara Maria gostava de andar de skate e fazia trabalhos como designer. Nas redes sociais, ela tinha um perfil dedicado a mostrar suas pinturas e desenhos.

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