Jovem achada enterrada em casa em BH foi morta por cobrar dívida de R$ 400

Clara Maria Venâncio Rodrigues, 21, encontrada morta e enterrada em uma casa em Belo Horizonte, foi, segundo a polícia, assassinada após encontrar um ex-colega de trabalho para receber R$ 400 de uma dívida.

O que aconteceu

Suspeito, 27, devia R$ 400 para a vítima e ela foi receber o dinheiro. O caso foi detalhado pela Polícia Civil de Minas Gerais em coletiva de imprensa na tarde de hoje.

Homem mandou mensagem para a vítima pedindo que ela fosse até a casa dele para receber a quantia. Clara disse que o encontraria em um ponto no meio do caminho. Contudo, ao encontrá-la, o homem disse que esqueceu o valor em casa e a convenceu a ir até o local, no bairro Ouro Preto, região da Pampulha. Lá, um comparsa de 29 anos o ajudou a cometer o crime e ocultar do corpo, segundo dados da investigação.

Ao entrar na residência do suspeito, Clara foi surpreendida com um golpe mata-leão. Segundo a investigação, a jovem foi morta por volta das 23h do dia 11 de março, e a ocultação do cadáver com concreto aconteceu no dia seguinte, à tarde. A polícia trabalha com a possibilidade de a jovem ter sofrido violência sexual após morta, já que foi mantida em uma cama durante todo o período. No entanto, a investigação ainda aguarda o resultado da necropsia.

O suspeito já foi colega de trabalho da jovem em uma padaria da região da Pampulha. Segundo a polícia, ele teria sido demitido pelo uso de drogas e pequenos furtos, e a convenceu a emprestar o valor justificando que usaria para comprar ração para seu cachorro. De acordo com depoimento do namorado da vítima, Clara já não esperava mais receber esse dinheiro e evitava contato com o homem.

No domingo ela recebeu mensagem dizendo que estava com dinheiro e ia pagar a dívida. Às 22h ela disse que estava cansada e pediu para encontrar num ponto intermediário, entre a padaria e um comércio. Ele aceitou e encontrou com ela nesse local. De alguma forma ele conseguiu convencer ela a ir a casa dele, acredito que para usar droga. Chegando na casa ela foi morta por enforcamento.
Alexandre Oliveira da Fonseca, delegado PCMG

Suspeitos entraram em contradição, segundo a polícia

Os dois suspeitos estão presos. Eles foram ouvidos ainda ontem e teriam entrado em contradição nos depoimentos. O UOL não identificou os investigados e, portanto, não conseguiu contatar as defesas. Ambos podem responder judicialmente pelos crimes de homicídio qualificado, feminicídio e ocultação e destruição de cadáver.

Autores desbloquearam o celular da vítima. Ainda segundo a investigação, os autores teriam tentado acessar o aplicativo de banco da vítima, mas não conseguiram, então passaram a responder mensagens se passando por Clara — neste momento, familiares e amigos já haviam anunciado o desaparecimento da jovem.

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O suspeito disse que atraiu ela para lá pois disse que queria roubar ela, pegar contas bancárias. Mas o contraditório é que ela já foi morta logo na cozinha, assim não daria para acessar o celular. Já o outro comparsa já disse que tinha ódio dela. (...) O autor, que trabalhou com ela, tentou relacionamento com ela, e dias antes viu Clara com o namorado, isso pode ter criado um 'ranço'".
Alexandre Oliveira da Fonseca, delegado PCMG

Principal suspeito teria ideias nazistas e já teria feito apologia a necrofilia, segundo a polícia. Durante a coletiva de imprensa, a delegada Alessandra Wilke descreveu o investigado como alguém com "ódio" da vítima. Durante os depoimentos das testemunhas, pessoas indicaram que o suspeito teria dito que seria suscetível a necrofilia em um encontro de colegas em um bar.

Ele teria ódio e desejo de matar Clara porque ela repreendeu ele na frente de todos, quando ele teve uma fala nazista em um bar
Alessandra Wilke, delegada PCMG

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