Caso Clara Maria: quem era jovem encontrada com corpo concretado em MG
Ler resumo da notícia
A jovem de 21 anos cujo corpo foi encontrado enterrado sob uma camada de concreto, no quintal de uma casa na região da Pampulha, em Belo Horizonte, era skatista, grafiteira e apaixonada por arte.
O que aconteceu
Trabalhadora e independente desde os 14 anos, Clara Maria Venancio Rodrigues era fã de skate, grafiteira e dedicava parte do seu tempo livre à arte e ao artesanato. Ela mantinha um perfil no Instagram, onde compartilhava pinturas feitas em paredes e objetos que criava, como cinzeiros temáticos.
Seu último trabalho foi a pintura do quarto de uma criança, decorado com flores estilizadas e um portal com uma frase cristã: "Por este filho eu orava. E o Senhor ouviu minha oração".
Natural de Uberlândia, Clara trabalhava como auxiliar de cozinha em uma padaria e era conhecida pela dedicação ao trabalho e pelos laços que mantinha com amigos. Ela perdeu o pai quando era adolescente e, recentemente, fez uma homenagem a ele nas redes sociais.
Há cinco semanas, ela postou um vídeo com a comemoração do seu aniversário. Amigos se reuniram para festejar a data. Há uma semana, ela publicou um vídeo no Instagram em que faz uma homenagem ao pai, que morreu quando ela era adolescente.
Sua última postagem foi há uma semana, quando posou usando um orelhão na rua e, depois, sentada sobre um skate. O post inclui ainda um print, com uma conversa de WhatsApp dela com alguém não identificado: "Clara, meu maior defeito é sentir as coisas e falar delas. Pode até parecer loucura. Mas o 'loko' só é 'loko' até que a 'lokura' dá certo. Depois vira gênio". Como legenda para a postagem, apenas o emoji de um punhal.
Amigos e conhecidos deixaram dezenas de comentários no post. Uma amiga escreveu: "Quando olhar para o céu e ver a estrela mais brilhante, saberei que é você". "Clara a espiritualidade vai te receber bem, nunca vai ser esquecida", escreveu outra. Uma terceira amiga comentou: "Você era uma pessoa incrível, iluminada, trabalhadora, honesta, vai deixar muita saudade".
A investigação
No dia 9 de março, Clara saiu do trabalho para cobrar uma dívida de um ex-colega. Às 22h45, enviou uma mensagem informando que já havia recebido o dinheiro e estava voltando para casa. O trajeto levaria cerca de dez minutos, mas ela nunca chegou.
Por volta de 0h30 de segunda-feira, uma nova mensagem foi enviada do celular dela. "Oi, estou bem. Estou ocupada agora." Segundo um amigo próximo, a forma da mensagem era estranha e não parecia condizer com o jeito de Clara se comunicar.
Ao longo do dia, tentaram entrar em contato com ela, mas os celulares de Clara e do ex-colega ficaram fora de área. Três dias depois, na quarta-feira, o corpo da jovem foi encontrado enterrado sob concreto na casa do suspeito, no bairro Ouro Preto, Região da Pampulha.
O caso segue sob investigação pela Polícia Civil. Em nota, o órgão informou que onze pessoas foram ouvidas e que identificou dois homens, de 27 e 29 anos, como suspeitos do crime.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.