Presidente de atlética diz que não leu frase sobre estupro, mas postou foto


Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo
21/03/2025 05h30Atualizada em 21/03/2025 17h20
O ex-presidente da Atlética Acadêmica Pedro Vital, da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, fez uma publicação no Instagram com a foto em que estudantes de medicina aparecem com uma faixa em apologia ao estupro.
O que aconteceu
Post, obtido pelo UOL, contradiz mensagem enviada por ele a colegas de faculdade. O estudante escreveu que nem ele, nem a então vice-presidente da atlética leram a mensagem da faixa, que dizia: "entra porra, escorre sangue".
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Na mensagem, ele afirmou que só participou da foto. "A atlética já recolheu a bandeira, e não vamos deixar isso acontecer novamente", garantiu.
O presidente e a vice-presidente da Atlética Acadêmica Pedro Vital foram afastados após a repercussão negativa. A Faculdade Santa Marcelina afirmou que os responsáveis serão penalizados.
O UOL não conseguiu localizar o estudante. O espaço está aberto para manifestação.
Pedro Felix Vital Junior, gestor do curso de medicina da faculdade, foi intimado pela polícia para prestar esclarecimentos. Os estudantes que aparecem na foto e possíveis testemunhas também foram notificados, segundo documento obtido pela reportagem. Os policiais questionaram a universidade quais foram as medidas adotadas sobre a faixa com apologia ao estupro. Em nota, a faculdade informou que a diretora acadêmica e representante legal da instituição, Lucimara Duarte Chaves, prestou esclarecimentos no lugar de Vital Junior.
Entenda o caso
Membros da atlética da Faculdade Santa Marcelina posaram para uma foto segurando uma faixa com a frase: "entra porra escorre sangue". O caso aconteceu antes de uma partida de handebol.
A atlética publicou uma nota atribuindo a confecção da faixa aos calouros. Após repercussões internas, foi publicado um segundo comunicado afirmando que o presidente e vice-presidentes da gestão 2025 foram afastados.
Fontes ouvidas pelo UOL afirmam que a atlética foi responsável pela compra da faixa e pela inscrição da frase. Alunos relataram que a faixa foi feita após um treino de futsal no último dia 13 com participação direta dos atleticanos.
O Centro Acadêmico Adib Jatene e outras entidades estudantis classificaram o episódio como apologia ao estupro. A frase da faixa, segundo fontes, foi inspirada em uma letra de uma música cantada por alunos, banida pela instituição em 2017.