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Estudante de odontologia morre após ser baleada durante ação policial em SC

Thamily Venâncio Ereno - Arquivo Pessoal Thamily Venâncio Ereno - Arquivo Pessoal
Thamily Venâncio Ereno Imagem: Arquivo Pessoal

Giorgio Guedin

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

23/03/2025 07h21Atualizada em 23/03/2025 09h59

Thamily Venâncio Ereno, 23, estudante de odontologia, foi atingida por um disparo na cabeça durante uma abordagem policial na tarde de anteontem em Criciúma, sul de Santa Catarina (SC). De acordo com a família, ela teve a morte confirmada hoje.

A Polícia Civil informou que a jovem estava no banco de trás de um veículo em fuga com o companheiro Kauan de Oliveira Filastro, 20, alvo de um mandado de prisão por tráfico de drogas e organização criminosa.

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Segundo a Polícia Civil, no momento da abordagem, o condutor de 42 anos, que trabalhava como motorista de aplicativo, mas que também realizava viagens particulares para o casal, não obedeceu à ordem de parada e acelerou em marcha ré na direção dos agentes.

Diante da movimentação, um dos policiais efetuou um disparo, que atingiu Thamily. O companheiro dela estava no banco da frente.

Ela foi socorrida e levada ao Hospital São José, de Criciúma, onde morreu hoje.

O motorista do veículo foi preso em flagrante pelos crimes de tentativa de homicídio e desobediência e encaminhado ao presídio.

"Acreditamos que o motorista não obedeceu a ordem da polícia a pedido do foragido", afirmou o delegado regional de Criciúma, André Milanese, ao UOL.

A defesa de Kauan nega que ele tenha tentado fugir. "Em nenhum momento. Estamos trabalhando para mostrar a verdade sobre essa suposta fuga", afirmou a advogada Ester Santana Cucker à reportagem.

A defesa do motorista, que não teve o nome divulgado, sustenta em nota enviada ao UOL, que ele acelerou por temer estar sendo vítima de um assalto, pois os policiais estavam em uma viatura descaracterizada e teriam se aproximado armados sem identificação visível.

Questionado pela reportagem, a defesa não confirmou se o motorista fazia corrida particulares ao casal, limitando-se a se manifestar pelo que está em nota. Um familiar ouvido pela reportagem afirmou que a corrida foi realizada por aplicativo.

O delegado informou que o casal estava junto há seis meses e residia juntos na cidade de Nova Veneza, vizinha a Criciúma.

Milanese declarou que a Corregedoria da Polícia Civil acompanhará a apuração dos fatos.

Família alega despreparo de agente

Um parente da vítima, que pediu para não ser identificado, afirmou ao UOL que acredita ter havido despreparo do policial que efetuou o disparo, sendo desproporcional à ação de marcha ré realizada pelo condutor do veículo.

Conforme este mesmo familiar, a mãe da Thamily havia aceitado inicialmente o relacionamento com Kauan, mas mudou de ideia após descobrir o histórico criminal do rapaz.

A família está arrasada com a morte. "Uma menina muito querida. Ela tem um sorriso contagiante. Estudava bastante, a irmã dela também está fazendo odontologia e a Thamily estava já concluindo o curso, em fase de TCC", afirmou o parente.


Cotidiano