Primo e mais 5 são condenados por sequestro e morte de enfermeira no RS


Colaboração para o UOL
01/04/2025 19h45
Seis homens foram condenados por sequestrar e matar enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, 40. O caso ocorreu em 2023, na cidade de Alegrete (RS).
Entre os condenados está um primo da vítima, apontado como mentor do crime, cometido com a ajuda de integrantes de uma facção. As penas variam entre 30 e 45 anos de prisão. Os réus podem recorrer da decisão.
Relacionadas
O que aconteceu?
Todos os seis réus foram condenados por extorsão qualificada e pela morte da vítima. Cinco deles receberam penas de 45 anos de prisão em regime fechado. Um sexto acusado ajudou a investigação com colaboração premiada e teve a pena reduzida em 1/3, sendo condenado a 30 anos de prisão.
Três deles também foram condenados por ocultação de cadáver, com penas que variaram entre 1 ano e 1 ano e 6 meses em regime fechado. A decisão é do juiz de direito Rafael Echevarria Borba, titular da Vara Criminal da Comarca de Alegrete.
O magistrado manteve a prisão de cinco dos condenados. O homem que colaborou com as investigações poderá recorrer em liberdade.
O primo da vítima, Emerson da Silveira Leonardi, foi apontado como mentor do crime. Ele planejou o sequestro para extorquir a família, acreditando que a prima possuía uma grande quantia em dinheiro após a morte do pai.
As investigações indicaram que ele tinha conflitos com a prima. Emerson acreditava que a vítima queria tomar posse da casa que era do pai dela, onde ele estava morando sem pagar aluguel. Ele ainda teria se apossado de valores do tio. Um contrato de confissão de uma dívida de Emerson para a prima foi encontrado durante as investigações.
Colaboração de um dos réus foi fundamental para esclarecer a dinâmica do crime, diz o MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul). Foram utilizadas quebras de sigilos bancário, telefônico e digital para rastrear as comunicações entre os envolvidos.
O crime
Priscila morava em Dublin, na Irlanda, e veio ao Brasil em junho de 2023 para resolver pendências relacionadas aos bens e valores do inventário de seu pai. O crime já estaria sendo planejado desde janeiro do mesmo ano, com a divisão de tarefas e o planejamento para a repartição dos lucros que os criminosos poderiam conseguir.
Em 19 de junho de 2023, ela foi atraída até a casa do primo, que fingiu chamar um transporte por aplicativo para ela. No entanto, o veículo era conduzido por membros da facção criminosa, que a sequestraram.
A enfermeira foi mantida em cativeiro, onde os criminosos tentaram obrigá-la a fornecer senhas bancárias para transferências de dinheiro. No entanto, o plano não saiu como esperado e a vítima foi assassinada. Priscila foi espancada e estrangulada, e morreu no cativeiro.
O corpo dela foi enterrado próximo ao rio Ibirapuitã, e só foi encontrado mais de duas semanas após o crime.
Emerson chegou a registrar o desaparecimento da prima para despistar as investigações, alegando que estava sendo ameaçado por uma facção criminosa. No entanto, a análise das provas revelou seu envolvimento direto no crime.
O UOL busca contato com a defesa de Emerson. O espaço está aberto para manifestações.