PM é condenado a 12 anos de prisão por matar entregador durante briga em GO
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O policial militar acusado de atirar e matar um entregador após uma briga em Goiás foi condenado a 12 anos de prisão e terá que indenizar família da vítima.
O que aconteceu
Roberval Crescêncio de Jesus foi condenado a 12 anos de prisão por homicídio qualificado. O TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás) o condenou hoje pela morte do entregador Lucas Marcelino Botelho em março do ano passado.
O PM, que confessou o crime, está preso na Corregedoria da Polícia Militar de Goiás desde o ano passado. A condenação, obtida pelo UOL, levou em conta a confissão do réu e o perigo comum, já que o tiro foi disparado em um local público. A defesa ainda pode recorrer.
Ele terá que indenizar familiares da vítima em R$ 150 mil. A quantia será destinada a reparação de danos morais aos herdeiros de Marcelino.
O UOL não conseguiu contato com a defesa do policial militar. Caso haja manifestação, este texto será atualizado.
Advogado da família da vítima disse não concordar com a sentença. Em nota enviada ao UOL, Wallison dos Reis disse que a família de Lucas Marcelino não comemora a condenação,
O que houve no dia 13 de março de 2024 não foi um acidente, como a defesa pregou veemente em seus debates, mas sim um assassinato a sangue frio, cometido por um indivíduo (...) e que com a progressão de pena, em pouquíssimo tempo o réu estará novamente nas ruas, com sua personalidade agressiva e perigosa
Nota da família da vítima
A reportagem questionou a Corregedoria da Polícia de Goiás para saber sobre procedimentos institucionais referente ao caso. Até o momento, não houve resposta.
Relembre o caso
O policial militar atirou e matou o entregador no dia 13 de março. O disparo foi efetuado após uma discussão que escalou para uma briga no setor Vila Vitória, em Itumbiara. Segundo os autos do processo, obtido pelo UOL, o homem ainda teria ameaçado uma testemunha. O momento do crime foi registrado em vídeo.
A discussão aconteceu depois que o policial abordou um adolescente em uma praça em frente a uma distribuidora de bebidas. Segundo denúncia apresentada pelo MP-GO, mesmo de folga, o policial repreendeu o garoto, que fazia manobras de moto, e disse que ia chamar um guincho.
O entregador, ao presenciar o conflito, resolveu tirar sua moto de perto da praça, nas intermediações. O PM impediu que o veículo fosse retirado e a discussão acabou numa briga.
PM perdeu o equilíbrio ao chutar o entregador e caiu no chão, segundo os autos. Após isso, ele levantou com a arma municiada e destravada nas mãos.
Ao usar a arma para bater em Lucas um tiro foi disparado e o entregador foi atingido. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu.
A defesa
Defesa relatou que Lucas enfrentou o policial e o jogou no chão. À época da denúncia do MP, os advogados de Roberval enviaram nota ao UOL dizendo que o caso se tratava de uma fatalidade.
Para os advogados do PM, ele não teve intenção de matar. Em nota, a defesa ainda relatou que o condenado prestou socorro e se apresentou em uma delegacia.
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