Esposa de dono de charrete usada em racha que matou turista em SP é presa

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A polícia de São Paulo prendeu Karina Santos Ribeiro, esposa do dono da charrete que matou uma turista atropelada durante uma corrida em Itanhaém, litoral sul paulista.
O que aconteceu
Mulher de 34 anos se entregou à polícia de Praia Grande e está presa preventivamente. O advogado Luciano Fernandes Ribeiro, que representa Karina, afirmou ao UOL que ela se apresentou na delegacia "em respeito ao mandado de prisão preventiva que existe contra ela, assim se colocando à disposição da Justiça".
Karina acompanhava de carro a charrete de seu marido, Rudney Gomes Rodrigues. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que o mandado de prisão contra ela foi expedido pela 2ª Vara Criminal de Peruíbe. Rudney foi preso no dia 29 de março.
Policia prendeu outro suspeito no começo da semana. Fabiano Helarico Ribeiro, 29, foi detido em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O UOL apurou que ele foi encontrado por policiais na própria casa, na rua Passagem Anápolis, e conduzido à Delegacia de Investigações Criminais da cidade, na noite de sexta-feira.
Karina, Rudney, Fabiano e outras duas pessoas são investigadas pela morte. A Polícia Civil concluiu que eles participaram do racha, seja conduzindo as próprias charretes ou veículos que acompanhavam a competição ilegal. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Dois continuam foragidos.
Polícia concluiu que investigados assumiram o risco de matar Thalita. Segundo o relatório final do inquérito, obtido pelo UOL, o delegado Arilson Veras Brandão afirmou que, ao praticarem a corrida de charretes em "local inadequado e em velocidade incompatível com a segurança, todos contribuíram de forma decisiva para o risco concretizado na morte da vítima."
Relembre o caso
Thalita foi atropelada em 23 de março e morreu dois dias depois. Moradora de São Bernardo do Campo, ela estava passando uns dias em Itanhaém com o marido. A turista pedalava com a amiga Gabriela Neves na faixa de areia e uma praia na divisa entre Itanhaém e Peruíbe, quando surpreendidas por duas charretes correndo lado a lado, com mais dois automóveis seguindo atrás.
A administradora sofreu traumatismo craniano, foi levada ao hospital e internada na UTI, mas não resistiu. "As charretes estavam apostando corrida, um racha de charretes mesmo, lado a lado. Os carros seguiam atrás, também em paralelo. Virei para um lado e a Thalita, para o outro, para desviarmos. Daí ela foi atingida", contou ao UOL sua amiga Gabriela, que é fisioterapeuta.

Ela diz que a charrete continuou em alta velocidade e o veículo atrás só parou após seus gritos por socorro. "Eles não queriam que eu a tirasse do chão porque iam chamar o Samu. Gritei dizendo que era da área da saúde e que ela corria risco de vida. Precisávamos levá-la imediatamente para um hospital", lembra.
No dia do acidente, Rudney disse à polícia que Thalita cruzou na sua frente. Segundo a versão apresentada por ele e pelo advogado, ela provocou a colisão frontal ao cruzar à frente da charrete.
Acidente aconteceu na divisa entre Itanhaém e Peruíbe e causou uma troca de acusações. A gestão de Itanhaém diz que nunca recebeu denúncias sobre rachas de charrete em sua faixa de areia e que o atropelamento ocorreu fora de seu território, mas os dois boletins de ocorrência apontam para endereços de Itanhaém.
Já Peruíbe reconhece a existência de corridas ilegais de charretes na praia, mas diz que o acidente ocorreu em Itanhaém. Após o acidente de Thalita, a Secretaria de Segurança do município diz que instalou obstáculos físicos, como tubos de concreto na avenida Santa Cruz, para coibir o trânsito de charretes na praia.
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