Caso Bernardo Boldrini: condenada pela morte é encontrada morta na prisão

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Uma das quatro pessoas condenadas pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, Edelvânia Wirganovicz foi encontrada morta ontem no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre.
O que aconteceu
Caso é investigado. Polícia Penal aponta suicídio como possível causa da morte. Em nota, o órgão informou que a Polícia Civil e o Instituto Geral de Perícias foram acionados para investigar o fato e as causas do óbito. Diz ainda que a Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário também acompanha a apuração do caso.
Condenada por participação no homicídio de Bernardo, que ocorreu em 2014, Edelvânia estava presa em regime semiaberto. Em 2019, ela foi sentenciada a 22 anos e 10 meses por homicídio e ocultação de cadáver em regime fechado, mas, anos depois, passou a cumprir a pena no semiaberto, com monitoramento eletrônico.
A mulher era amiga da madrasta do menino, Graciele Ugulini, também condenada. À época do crime, Edelvânia admitiu sua participação na morte de Bernardo, morto no município gaúcho de Três Passos, e apontou o local onde a criança foi enterrada.
UOL tenta localizar defesa de Edelvânia. O texto será atualizado no caso de futuras manifestações por parte do advogado.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos (RS), em 4 de abril de 2014. O corpo do garoto foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha, Frederico Westphalen. A polícia informou que a criança foi morta com uma injeção letal.
No mesmo dia, o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos. Até então, eles eram suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda de Edelvânia, amiga da madrasta. Dias depois, Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvânia) foi preso, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino foi enterrado.
Primeiro júri ocorreu em 2019. Os quatro réus (Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz) foram condenados. Em dezembro de 2021, o 1º Grupo Criminal do TJ-RS acolheu recurso da defesa de Leandro Boldrini, que contestou a conduta do promotor durante interrogatório do réu em plenário, e determinou a anulação do júri. Embora o julgamento de Leandro tenha sido anulado, a prisão preventiva dele não foi revogada.
Um novo julgamento ocorreu em março de 2023. O médico Leandro Boldrini foi condenado a 30 anos e 8 meses de prisão pelo homicídio quadruplamente qualificado por motivo fútil: o emprego de veneno, o uso de recursos que dificultaram a defesa e a promessa de recompensa.
O médico também foi sentenciado a mais 1 ano de detenção pelo crime de falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver e transferido para o regime semiaberto em julho de 2023 por falta de vagas no sistema prisional do Rio Grande do Sul. A decisão que o liberou pontuou, ainda, que Leandro Boldrini tem "condições para ser progredido ao regime semiaberto, pois já cumpriu tempo suficiente no regime fechado".
Edelvânia foi sentenciada a 22 anos e 10 meses em regime fechado. Destes, 21 anos e quatro meses por homicídio e um ano e seis meses por ocultação de cadáver. Anos depois, passou ao regime semiaberto.
Evandro Wirganovicz (irmão de Edelvânia) também foi condenado. A Justiça decidiu que ele deveria cumprir nove anos e seis meses em regime semiaberto, sendo 8 anos por homicídio simples e 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Evandro já cumpriu a pena de prisão, extinta no dia 23 de janeiro deste ano.
Centro de Valorização da Vida
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