Perseguição e morte: o que se sabe sobre o caso da estudante da USP?
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A estudante Bruna Oliveira da Silva, 28, foi encontrada morta na última sexta-feira, quatro dias após desaparecer no bairro Itaquera, zona leste da capital paulista. Vídeos mostram a mulher saindo do terminal de ônibus, sendo perseguida e atacada por um homem.
O que se sabe sobre o caso
Bruna desapareceu no dia 13 abril. Ela havia saído da casa do namorado no bairro do Butantã, na zona oeste da capital, e estava indo para casa. Com a bateria do celular acabando, parou em uma banca de jornal para recarregar o aparelho e enviou uma mensagem a familiares pedindo dinheiro para pegar um carro por aplicativo, segundo o boletim de ocorrência. Ela deixou de responder mensagens minutos depois, por volta das 22h30.
Vídeo mostra a estudante saindo do terminal de ônibus. Ela caminha em direção à rua e atravessa a faixa de pedestres correndo. Pelo horário registrado no arquivo, Bruna deixou o local e desapareceu minutos depois.
Em outro vídeo, a estudante aparece sendo seguida e atacada. Um homem persegue a estudante a poucos metros dela na calçada e em seguida a agarra. Ela tenta resistir. Por alguns segundos, os dois somem do campo de visão da câmera e, depois, aparecem novamente por pouco tempo. A polícia suspeita de que ele a levou para o local onde a mulher foi morta.
Corpo estava a menos de 2 km de onde ela desapareceu. Na tarde de quinta-feira (17), Bruna foi encontrada morta nos fundos de um estacionamento na avenida Miguel Ignácio Curi, na Vila Carmosina. O local fica ao lado da Neo Química Arena, estádio do Corinthians. Segundo a polícia, a vítima estava apenas com roupas íntimas e não é possível determinar se houve violência sexual. As informações constam no primeiro boletim de ocorrência do caso, registrado no 24º DP da Ponte Rasa.
"Morreu do que mais temia", disse a mãe de Bruna. Após reconhecer o corpo da filha, Simone da Silva disse a jornalistas, do lado de fora do Instituto Médico Legal, que a estudante lutava pelo fim da violência contra a mulher. "Morreu como ela mais temia, como eu mais temia. Que peguem essa pessoa, porque essa pessoa está solta e vai matar mais", afirmou.
Bruna foi velada e sepultada na manhã de sábado. Ela foi enterrada no Cemitério Vila Carmosina, também conhecido como "Cemitério Itaquera".
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou hoje a foto do suspeito de assassinar a estudante. Segundo a Folha de S.Paulo, trata-se de Esteliano José Madureira, de 43 anos.

Quem era Bruna?
Era formada em turismo pela USP. Bruna completou a graduação em 2018 pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, na USP Leste.
Estava fazendo um mestrado. Ela tinha ingressado havia poucos meses no mestrado em Mudança Social e Participação Política na mesma instituição de ensino. O objetivo era seguir com a pesquisa realizada em seu trabalho de conclusão de curso sobre um time de várzea sediado debaixo do Viaduto Alcântara Machado e formado por pessoas em situação de rua.
Tinha um filho de 7 anos. O último ano de Bruna na graduação coincidiu com a gravidez, aos 21. Ela pensou em pausar os estudos, mas a insistência da mãe a fez persistir. O filho, Iuri, era recém-nascido quando ela se formou.
Era irmã mais velha. Ela tinha dois irmãos: um de 25 anos e outro de 12, este último do segundo casamento de sua mãe.
Amiga falou de envolvimento de Bruna com causas sociais. "Ela se revoltava muito, se sensibilizava com casos de violência contra as mulheres. É triste ter se tornado mais uma vítima. Cabe a nós continuarmos o legado dela, não deixando casos assim continuarem impunes", disse Karina Ribeiro Amorim ao jornal Estadão.
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