Elefante-marinho foge do frio, surge no litoral da Bahia e causa alvoroço
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Um animal marinho que vive em águas geladas foi visto nadando na baía de Todos-os-Santos, em Salvador.
O que aconteceu
Foca ou elefante-marinho? Desconhecido em Salvador, um mamífero aquático do grupo pinípede chamou a atenção pela aparência desconhecida: podendo chegar a seis metros de comprimento e pesar mais de três toneladas, especialistas debatem o que ele seria.
Ambos vivem em águas polares. O professor Francisco Kelmo, do departamento de Biologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia), acredita que seja uma foca.
Algumas pessoas dizem ser um leão-marinho e outras agora estão dizendo que é um elefante-marinho. Nos vídeos que assisti o animal não possui orelhas e não utiliza as nadadeiras posteriores para se locomover em terra, conta o especialista.
Os elefantes-marinhos são maiores, podendo superar 6 metros de comprimento. "Não é comum [a presença do animal], mas já tivemos esse tipo de aparecimento em outras ocasiões, porque animais migram", explica o professor Igor Cruz, do departamento de oceanografia da UFBA. Após analisar o porte do animal, ele entendeu que se trata de uma fêmea ou filhote macho.
Comum em regiões polares, o elefante-marinho foi flagrado na praia de Massaranduba durante frente fria que atingiu Salvador. Moradores se reuniram no calçadão para tentar identificar o animal, "é uma foca", apostou uma mulher em um vídeo que viralizou nas redes sociais. "É um leão-marinho", opinou outra.
O animal saiu do mar, desfilou pela areia e calçadão e retornou para a água. Testemunhas relatam que ele também foi visto em outros municípios localizados na baía de Todos-os-Santos, como Candeias, São Francisco do Conde e Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano.
Eles vivem em ilhas do Círculo Polar Antártico e na Patagônia. Com raras aparições no Brasil, quando acontece, é geralmente na região Sul, nas épocas mais frias do ano.
Elefante-marinho pode ter vindo da Argentina ou até da África do Sul. Embora a origem provável do animal seja a Argentina, o professor Igor Cruz explica que ele pode ter atravessado o Atlântico, já que também é visto com frequência na África do Sul.
Existem muitas colônias de elefantes-marinhos na Argentina, em alguns pontos famosos as pessoas fazem visitação para ver esse tipo de animal, então a vinda da Argentina para o Brasil é a mais plausível.
Igor Cruz, especialista em Oceanografia da UFBA
Elefante-marinho tomou banho na água do mar quente da Bahia, mas pode ter problemas com altas temperaturas. Com máxima de 27° na última sexta-feira (9), o estado enfrenta uma das semanas mais chuvosas do ano, o que atenuou o calor e pode ter atraído o animal, mas os especialistas alertam que, longe de casa e no calor, ele pode ficar estressado.
A recomendação é evitar proximidade. "É um animal que, embora não ofereça riscos e dificilmente parta para cima de alguém, pode se sentir ameaçado", explica Cruz.
É preciso evitar que o animal se sinta acuado. Se ele sentir que está em uma situação em que não consegue fugir para o mar, pode partir para o enfrentamento.
Igor Cruz, professor do departamento de Oceanografia da UFBA
Aqui é bem mais quente que o habitat natural. Em um dos vídeos que assisti, o animal estava no meio do lixo, apresentando sinais de estresse. Não há como saber se está se alimentando direito.
Francisco Kelmo, do departamento de Biologia da UFBA
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