Vigias e fotógrafo são indiciados por estuprar mulher em condomínio em MG
Ler resumo da notícia

Três vigilantes de um condomínio fechado de Juiz de Fora (MG) e um fotógrafo foram indiciados por suspeita de participação em um estupro coletivo. A vítima, uma mulher de 31 anos, denunciou que foi abusada dentro de casa em um momento em que estava sob efeitos de bebidas alcoólicas. O caso ocorreu em 7 de abril.
O que aconteceu?
O fotógrafo Rian Rabelo responderá individualmente por produção de cena de sexo explícito ou pornografia envolvendo vulneráveis. Junto aos três vigias, ele responderá também por estupro de vulnerável. A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito na última sexta-feira e deu mais detalhes sobre o caso hoje. A investigação envolveu a coleta de provas e depoimentos de testemunhas, da vítima e dos suspeitos.
Vigilantes estão presos e o fotógrafo, foragido. Com a conclusão do trabalho investigativo, a delegada responsável pelo caso, Flávia Granado, solicitou à Justiça a conversão da prisão temporária dos suspeitos em preventiva.
A Defesa do fotógrafo Rian Rabelo não vai se pronunciar. Ao UOL, o advogado Thiago Rodrigues disse que vai se manifestar quando tiver acesso à íntegra do indiciamento, e que vai avaliar a possibilidade de que o fotógrafo se entregue. A defesa dos vigilantes não foi encontrada. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Relembre o caso
Uma mulher de 31 anos procurou a polícia em abril para denunciar que havia sido estuprada coletivamente dentro da própria casa em Juiz de Fora (MG). Vítima contou à polícia que estava em uma festa com duas amigas quando o fotógrafo se ofereceu para levá-las para casa. A mulher tinha ido ao local de carro, mas, por ter bebido, preferiu não voltar dirigindo. O fotógrafo, então, levou o veículo dela.
O fotógrafo teria voltado ao condomínio dirigindo o próprio carro pouco tempo depois. Ele foi até a guarita e disse aos vigilantes que iria buscar as amigas na casa da vítima. Os funcionários teriam, então, enviado uma mensagem para a moradora pedindo permissão — mas o recado não foi respondido, segundo o boletim de ocorrência.
O suspeito foi liberado, entrou no condomínio e foi até a residência da mulher acompanhado de quatro vigilantes, que estavam em motos. As imagens das câmeras de segurança, às quais a polícia teve acesso, mostraram o homem pulando o muro da casa. Na sequência, um dos vigilantes pega uma escada de uma construção próxima e também entra. Ele ainda abre o portão para os outros colegas.
A mulher contou à polícia que acordou sendo violentada por ao menos dois homens enquanto outros observavam. Ela teria perdido a consciência em seguida e despertou novamente por volta das 3h.
Homens ficaram quase duas horas na casa. Ao checar o sistema de monitoramento, a vítima viu vídeos que mostravam a entrada dos suspeitos por volta de 0h30 e a saída após as 2h.
Vítima procurou o hospital. Exames comprovaram o abuso sexual e a unidade de saúde acionou a Polícia Militar.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.