Conselho de MT abre investigação contra médico suspeito de matar namorada

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O CRM-MT (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso) abriu uma sindicância para apurar a conduta do médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, suspeito de matar a namorada de 15 anos em Guarantã do Norte (MT).
O que aconteceu
Sindicância vai apurar se Bruno cometeu infração ética. A defesa de Bruno diz que o disparo que matou a adolescente foi acidental.
Concluída a sindicância, o conselho decide se abre processo ético contra o médico. O processo avalia se o médico cometeu infração ética no exercício da profissão. A punição pode variar de advertência a cassação do registro profissional. A reportagem procurou o CFM (Conselho Federal de Medicina) para saber se o conselho já tem aberto algum procedimento contra o médico. O texto será atualizado se houver retorno.
Bruno está preso preventivamente (por tempo indeterminado) desde 5 de maio. A polícia apura quando os dois começaram o relacionamento. Se o relacionamento começou antes de Janaina completar 14 anos, o médico poderá responder estupro de vulnerável, disse o delegado Waner dos Santos, responsável pelo caso.
O médico se formou em 2020 na Universidade Cristã da Bolívia. Em uma consulta realizada hoje, o registro dele aparece como regular.
A defesa de Bruno não foi encontrada. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
Médico foi preso suspeito de atirar e matar a adolescente no dia 3 de maio. Kethlyn Vitoria de Souza, 15, foi baleada na cabeça. Por volta de 1h de sábado, a jovem foi atendida em um hospital da cidade, onde tentaram reanimá-la por 40 minutos.
Bruno levou a namorada ao hospital. Conforme boletim de ocorrência, um enfermeiro relatou à Polícia Militar que o homem chegou ''visivelmente abalado'', pedindo para que ''salvassem a menina dele, e que não saberia viver sem ela''. Ao saber da morte da adolescente, Bruno tentou danificar alguns móveis do local, como janela e porta.

O casal estava dentro de um carro quando o disparo ocorreu. O delegado afirmou que a informação preliminar é de que o médico tenha atirado nela dentro do veículo, mas ainda investigam a motivação e dinâmica do crime.
A primeira versão do suspeito, apresentada ao irmão em áudio, é de que a menina atirou contra si. O delegado, no entanto, disse que a alegação não condiz com o laudo pericial. Já preso, o médico afirmou em depoimento que o disparo foi acidental, segundo o delegado à frente do caso.
Defesa de Bruno também classificou o caso como ''acidente''. Segundo o advogado Fábio Henrique, o tiro foi acidental após uma combinação entre ''bebida alcoólica, direção de veículo e arma de fogo''. Ele não comentou a versão de suicídio apresentada pelo cliente. ''Ele amava essa jovem, tinha planos de casar. Infelizmente, arma não é uma coisa boa, arma com direção e bebida, muito menos'', disse.
Um vídeo divulgado após a morte da adolescente mostra Bruno exibindo uma arma enquanto dirige. No registro, Kethlyn e uma terceira pessoa, não identificada, também aparecem.
Em caso de violência, denuncie
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
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