Na lista da Interpol por desvio na Unicamp usou moeda estrangeira em fuga
Ler resumo da notícia

Na lista da Interpol, uma ex-servidora da Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp) acusada de desviar R$ 5 milhões destinados a projetos de pesquisa comprou R$ 100 mil em moeda estrangeira para fugir do Brasil.
O que aconteceu
Compra de moeda estrangeira foi feita em meio a plano de fuga. Investigações indicam que Ligiane Marinho de Ávila, 36, fez a aquisição seis meses antes de deixar o Brasil. Ela embarcou em um voo de Campinas (SP) para a França em fevereiro de 2024, um mês após a sua demissão. Descoberta do desvio milionário ocorreu após auditoria iniciada em dezembro de 2023.
Justiça aceitou denúncia por crimes de peculato e lavagem de capitais. Ela se tornou ré no mês passado por desvio de recursos públicos destinados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), agência de fomento à pesquisa científica, a projetos do Instituto de Biologia Em setembro de 2024, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva e a quebra do sigilo bancário de Ligiane.
Ex-servidora era encarregada por trâmites entre pesquisadores da Unicamp e Fapesp. Segundo a denúncia apresentada pelo MP, ela desviava os valores para a sua própria conta bancária após abrir a sua própria empresa e emitir notas falsas. Crime ocorreu entre 2017 e 2024, de acordo com as investigações do caso. A defesa da ex-servidora nega as acusações.
O que dizem as instituições
Fapesp disse ter constatado os desvios em auditoria interna. Caso foi verificado com base em emissão de notas fiscais fraudulentas emitida pela ex-servidora da Funcamp, diz fundação por meio de nota enviada ao UOL.
Fundação também responsabiliza os pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp. Segundo a entidade, eles franquearam indevidamente o acesso de terceiros às contas bancárias vinculadas aos projetos. "A Fapesp ajuizou ações de cobrança (...) contra todos os pesquisadores responsáveis por projetos em que se verificaram desvios, em um total de 34 ações", diz a fundação.
Ações tramitam em varas da Fazenda Pública de Campinas (SP). Nos três casos judiciais em que houve decisão favorável, os pesquisadores foram condenados a devolver mais de R$ 300 mil, diz a Fapesp. Outros dois pesquisadores fizeram ressarcimento por via administrativa de cerca de R$ 40 mil.
Unicamp disse ter sido notificada pelo MP no dia 5 de maio. A universidade informou ter sido informada de que havia novos indícios do caso, solicitando abertura de uma sindicância administrativa.
Material está sendo analisado. A Unicamp informou por meio de nota que deverá enviar resposta em um prazo de 30 dias.
As decisões de mérito têm sido favoráveis à universidade, com a condenação dos docentes ao ressarcimento dos valores à fundação. Assim, até o momento, não há risco ao patrimônio público da Unicamp.
Posicionamento da Unicamp por nota
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.