PM de SP mantém operação na Favela do Moinho

A Polícia Militar realizou nesta quarta-feira (14) mais uma operação na Favela do Moinho, em São Paulo, com presença da tropa de choque e bloqueios nos acessos à comunidade. A ação ocorreu um dia após o governo federal suspender oficialmente o processo de cessão da área à gestão estadual.

O que aconteceu

A presença ostensiva da força de choque provocou tensão na região. Moradores relataram que o único acesso à favela foi bloqueado por viaturas e que quem saía para trabalhar ou levar os filhos à escola não conseguia retornar.

A operação ocorre mesmo após a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) ter comunicado, na terça-feira (13), a suspensão da cessão do terreno à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), vinculada ao governo de São Paulo. No ofício enviado ao estado, a SPU afirmou que não há garantias suficientes de reassentamento digno para as cerca de 900 famílias que vivem no local e que houve descumprimento de condições mínimas acordadas, como a não interferência na rotina dos moradores.

A Associação de Moradores da Comunidade do Moinho, com apoio das Defensorias Públicas da União e do Estado de São Paulo, enviou uma manifestação ao governo federal relatando violações de direitos humanos. A associação afirma que "a comunidade do Moinho pede socorro" e denuncia truculência e agressividade por parte do governo estadual, mesmo após a suspensão do processo de cessão. Os moradores também pedem a presença do governo federal no território e a instalação de uma placa sinalizando que a área é federal.

O governo estadual pretende transformar o terreno em um parque com equipamentos culturais, estação ferroviária e espaços de convivência. A CDHU afirma que há um plano de reassentamento em curso, com 1.316 unidades habitacionais previstas, auxílio-mudança e auxílio-aluguel.

A reportagem do UOL solicitou posicionamento ao governo do estado sobre a manutenção das operações mesmo após a suspensão federal, e aguarda resposta.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.