Cratera na Marginal: Sabesp inicia obra de alça para desafogar trânsito

A Sabesp iniciou hoje a construção de uma alça de acesso que vai ligar as pistas local e central da Marginal Tietê, na altura da Ponte Atílio Fontana, zona oeste de São Paulo. A obra servirá para desafogar o trânsito no sentido da rodovia Castelo Branco, até que uma cratera aberta no local seja fechada.

O que aconteceu

A estrutura será aberta para a circulação de veículos na próxima segunda-feira. A medida tem caráter de urgência, pois um buraco foi aberto na pista central, na altura da Ponte Atílio Fontana, sentido rodovia Castelo Branco, levando à interdição da via.

Alça de acesso terá duas faixas temporárias para veículos no canteiro central. Estrutura vai "permitir o acesso de quem está na pista local para a pista central", disse a Sabesp em nota ao UOL. A solução permanecerá em operação durante todo o período das obras para o fechamento da cratera, segundo a empresa.

Estrutura vai permitir acesso da pista local para a central, até que cratera seja fechada
Estrutura vai permitir acesso da pista local para a central, até que cratera seja fechada Imagem: Divulgação/Sabesp

Instalação é realizada pela CCR, concessionária responsável pela Marginal Tietê. Os custos ficarão a cargo da Sabesp, porque a cratera abriu devido a uma sobrecarga na rede de esgoto.

Abertura da cratera e fechamento da pista

Buraco ressurgiu na madrugada do último domingo, levando ao fechamento da pista. Essa foi a segunda vez que o asfalto do local abriu em menos de um mês.

A princípio, Sabesp previu que uma das faixas da marginal poderia ser reaberta ontem. A via, no entanto, segue interditada. Em nota divulgada nessa terça-feira (13), a empresa explicou que ocorreu uma movimentação no solo e "será preciso fazer sondagens complementares antes da liberação parcial da via".

Obra para fechar cratera tem previsão de durar um mês. Segundo a Sabesp, "a marginal será parcialmente liberada tão logo seja possível e seguro para todos".

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Sabesp diz que população é responsável

Uso incorreto da rede de esgoto pelos moradores teria causado a cratera. Afirmação é do diretor de engenharia da Sabesp, Roberval Tavares, ao UOL.

Solapamento ocorreu devido a uma fissura na caixa de inspeção de um interceptor de esgoto. A estrutura, que fica a 18 metros de profundidade, é responsável por levar o resíduo produzido na região norte de São Paulo para ser tratado na estação de Barueri.

Companhia alega que pressão da água da chuva, que não deveria estar na rede, contribuiu para o dano na caixa. ''Os dois eventos aconteceram sempre quando estava chovendo. Isso é um indicativo de que havia presença muito forte de água de chuva na rede de esgoto e isso não pode acontecer'', explicou Roberval.

Água da chuva teria entrado no sistema de esgoto por erro da população, falou o diretor. Roberval argumenta que, em muitas casas, a água da chuva é direcionada para a rede de escoamento de esgoto, quando deveria ir para o sistema de drenagem e ter um destino separado.

Após uma manutenção ''corretiva'' há 30 dias, a companhia fará obras para substituir a caixa danificada. Na ocorrência anterior, foi feita uma restauração na rachadura pensando em uma solução a curto prazo. Desta vez, a estrutura será substituída por uma nova e um poço de visita também será construído.

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Especialista ouvido pela reportagem afirma que argumento apresentado é ''desculpa inovadora e inventiva''. Para Amauri Pollachi, especialista em Planejamento e Gestão do Território e coordenador do Ondas (Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento), os dois sistemas, de água pluvial e de esgoto, deveriam estar separados, mas é esperado que não aconteça completamente na prática. Por isso, não é correto culpas os moradores.

De acordo com Pollachi, a ''mistura'' acontece em várias etapas do sistema e não apenas em moradias. Além disso, pontua que a cidade de São Paulo já enfrentou quantidades maiores de chuva em períodos menores: ''E por que não teve rompimento em outras vezes?''.

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