Pintor perde dedos após bomba de PM explodir durante serviço em SP
Colaboração para o UOL, em São Paulo
16/05/2025 10h42
Um pintor perdeu os dedos da mão esquerda após uma bomba explodir durante um serviço na casa de um policial militar reformado em Barretos (SP), no final de abril.
O que aconteceu
Ronaldo de Oliveira precisou amputar os cinco dedos da mão esquerda. O trabalhador também sofreu ferimentos nas costas, nas nádegas e nas pernas, ficou dez dias internado na Santa Casa de Barretos e deixou o hospital anteontem. As informações são da TV Tem, afiliada da Globo.
Relacionadas
Oliveira registrou boletim de ocorrência contra o dono do imóvel. O homem foi identificado como Ricardo Cardoso de Barros, ex-militar e atual procurador de Barretos. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O caso é investigado pela Delegacia de Polícia Civil da cidade.
Ronaldo diz que foi contratado para um serviço de pintura na casa de Barros em abril. Dias depois, o ex-policial voltou a contratar seus serviços, desta vez para limpar o imóvel que estava desocupado. Em meio aos entulhos da casa, tinha uma lata, que a vítima não sabia conter explosivos.
Pintor diz ter pensado que fosse algum brinquedo. "Eu achei que era um brinquedo, fui abrir aquilo lá e começou a vazar uma fumaça. Levei ao rosto ainda, e a fumaça era cheirosa. Mas aí pensei que estava parecendo uma bomba e taquei para trás, nas minhas costas. No que eu joguei fora, ela explodiu, arrancando todos os meus dedos da mão esquerda, ferindo minhas costas, nádega e pernas", declarou à TV Tem.
Dono da casa disse se tratar de uma bomba de efeito moral. Ele chegou a ir ao hospital, mas não ofereceu ajuda, segundo Oliveira. "Ele é um ex-militar, falou para mim que era tenente. Ele me pediu desculpas, falou que não poderia ter deixado essa bomba lá. Mas aí não me procurou mais, não me ofereceu ajuda, remédio, mais nada."
Investigadores recolheram fragmentos da bomba para identificar se é uma granada ou bomba de gás. O laudo ainda não foi concluído, segundo a SSP. O UOL não conseguiu contato com a defesa de Ricardo Cardoso de Barros. O espaço segue aberto para manifestação.