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Cadeirante diz ter sido desrespeitada em show do System of a Down, em SP

Mayara Massa tem osteogênese imperfeita, conhecida como a doença dos ossos de vidro Imagem: Reprodução/Instagram/

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

17/05/2025 14h36

A psicóloga Mayara Massa, que é cadeirante, afirma ter sido tratada com desrespeito no show da banda de rock System of a Down, em São Paulo.

O que aconteceu

Mayara tem osteogênese imperfeita, conhecida como a doença dos ossos de vidro. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela relata ter vivido uma "situação horrível". Declarou que a produção do show colocou a vida dela e de outras pessoas em risco. "Enquanto pessoa com deficiência, eu nunca me senti tão desrespeitada", disse.

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Os músicos se apresentaram no autódromo de Interlagos, na zona sul da capital, na quarta-feira (14). Mayara contou que chegou com antecedência para a apresentação, que estava marcada para as 21h. O veículo que a levaria a uma área exclusiva para pessoas com deficiência chegou ao local onde ela e outras pessoas estavam às 21h15.

O grupo, disse a psicóloga, chegou à área PcD às 21h30, "quando a banda já estava tocando a quinta música". Ela relatou que o local estava superlotado, tomado por outros fãs da banda que não tinham deficiência. "Todo mundo em pé. Nós, cadeirantes, não conseguíamos enxergar nada", afirmou.

Fui empurrada diversas vezes nesse lugar, diversas pessoas quase chegaram a cair em cima de mim, sendo que sou uma pessoa com a doença dos ossos de vidro, não posso ter impactos.
Mayara Massa

Ela disse que em determinado momento da apresentação pediu que um bombeiro a retirasse do local. Afirmou que o próprio agente estava "assustado com a situação". Mayara contou que a levaram para "um lugar um pouco melhor, mas já era na metade para o final do show".

A apresentação acabou por volta das 23h30, relatou. O carrinho para pessoas com deficiência, contudo, só buscou o grupo duas horas depois, às 1h30 da madrugada.

A psicóloga juntou os momentos em um vídeo publicado em sua rede social. Em uma das imagens, é possível ver que o veículo que a levou até uma área próxima ao palco passa no meio da plateia. Bombeiros vão tentando abrir espaço, em um ambiente escuro, para o carrinho passar.

Um dos vídeos mostra a área PcD lotada. Mayara mostra que, ali, não havia como enxergar o palco onde estava a banda.

Ao UOL, a psicóloga contou que falou uma representante da empresa 30e, promotora do evento, no dia do show. Segundo Mayara, a assessora afirmou que o autódromo era um local difícil para a organização e a área para PcDs foi tomada por pessoas que se diziam autistas, mas não apresentaram nenhum laudo.

A reportagem tentou contato com a 30e, que não retornou. O UOL enviou email e tentou também o celular da assessoria de imprensa. Se houver resposta, o texto será atualizado. Já a Eventim, contratada pelos organizadores do show para a venda e validação de ingressos, declarou não ser "responsável pela produção deste e de nenhum outro show no Brasil". "A definição de tudo o que ocorre no evento é de responsabilidade do promotor do evento", afirmou.

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