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Como funciona alerta vermelho da Interpol, usado para prender líder do PCC

Do UOL, em São Paulo

17/05/2025 17h50

A prisão de Tuta, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), na Bolívia, foi realizada graças a um alerta vermelho da Interpol. O mecanismo auxilia na localização e identificação de pessoas procuradas.

Como funciona o alerta vermelho

O alerta vermelho é um pedido global de localização e prisão provisória. Emitido a pedido de um país membro, o alerta tem o objetivo de localizar e deter temporariamente uma pessoa procurada, com base em um mandado de prisão ou decisão judicial, até que medidas legais como extradição possam ser tomadas.

Esse alerta não equivale a um mandado de prisão internacional. Cada país decide, conforme suas leis, se prenderá a pessoa procurada e como procederá legalmente, pois a Interpol não possui autoridade para exigir prisões.

Os alertas vermelhos contêm informações detalhadas. Eles incluem dados como nome, data de nascimento, nacionalidade, características físicas, fotografias e impressões digitais, além de detalhes sobre o crime pelo qual a pessoa é procurada, como homicídio, tráfico ou fraude.

A maioria dos alertas vermelhos é restrita às autoridades policiais. Somente uma parte dos alertas é tornada pública, geralmente quando a colaboração do público é necessária para localizar o indivíduo ou quando ele representa uma ameaça à segurança pública.

A Interpol avalia rigorosamente os pedidos de alerta vermelho. Todos os pedidos são analisados para garantir conformidade com a Constituição da Interpol, especialmente o artigo 3, que proíbe atividades de caráter político, militar, religioso ou racial.

Alertas emitidos por países membros podem ser recusados pela Interpol. A Comissão de Controle dos Arquivos da Interpol, um órgão independente, supervisiona o uso adequado dos alertas. Ela garante a proteção de dados pessoais e pode revisar ou cancelar alertas que violem os princípios da organização.

A Interpol não é responsável por investigações ou prisões. Ela facilita a cooperação entre países, mas a execução de prisões e investigações é responsabilidade das autoridades nacionais competentes.

Como foi a prisão de Tuta?

Tuta foi preso após apresentar um documento falso em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Ele tentava renovar o visto do seu Cartão de Identidade de Estrangeiro (CIE) com o nome de Maycon Gonçalves da Silva quando o sistema alertou que ele era procurado pela Interpol.

Agentes da Interpol levaram Tuta para uma verificação de identidade. Eles saíram do shopping Ciudad Indana, onde Tuta fez o agendamento para renovar a documentação, e foram para um escritório da Interpol. "Ele estava registrado como alerta vermelho internacional com o nome Marcos Roberto de Almeida. Ao ser identificada dupla identidade, ele foi conduzido à sede da Divisão Central Econômica e Financeira da FELCC (Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen)", informou a polícia boliviana.

Ele foi preso por falsidade ideológica, falsidade material e uso de documento falso na Bolívia. Ele passará por audiência de custódia, onde será formalizado um pedido de extradição ao Brasil.

Tuta é apontado como o líder do PCC nas ruas. As investigações da PF apontam que ele é um dos principais articuladores do esquema internacional de lavagem de dinheiro da facção.

Ele fugiu do Brasil após vazar a informação de que ele era um dos alvos da Operação Sharks, em 2020. Em fevereiro de 2024, Tuta foi condenado a mais de 12 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de mais de R$ 1 bilhão entre 2018 e 2019.

* Com informações de reportagem publicada em 24/09/2024.

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