Líder do PCC chega a Brasília e ficará no mesmo presídio de Marcola
Preso na última sexta-feira pela polícia boliviana, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta do PCC, foi expulso da Bolívia após audiência de custódia, e entregue hoje pelas autoridades do país ao Brasil. Um dos líderes da facção, ele chegou a Brasília, onde ficará custodiado no mesmo presídio onde está Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
O que aconteceu
Tuta foi levado a um presídio de segurança máxima do Sistema Penitenciário Federal (SPF). O objetivo é isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade, segundo o Ministério da Justiça. O líder ficará custodiado na penitenciária federal em Brasília.
O Brasil tem cinco penitenciárias federais de segurança máxima. Esses presídios foram criados com o objetivo principal de isolar líderes de organizações criminosas. Líder do PCC, Marcola está preso na penitenciária federal de Brasília. Marcinho VP, chefe do Comando Vermelho, está em Campo Grande (MS).
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Tuta foi expulso da Bolívia após decisão da Justiça local na audiência de custódia. Em entrevista coletiva ontem, o diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que Tuta poderia ser expulso ou extraditado. De acordo com ele, o processo para segunda opção levaria um tempo maior por questões burocráticas.
A operação para entregar Tuta à Polícia Federal envolveu mais de 50 agentes. No grupo, estavam incluídos 12 operadores do COT (Comando de Operações Táticas), a tropa de elite da PF.
Uma aeronave da Polícia Federal fez o transporte de Tuta da fronteira boliviana para Brasília. A escolta até a Penitenciária Federal em Brasília contou com 18 integrantes da Polícia Penal Federal e o apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal.
Uma das lideranças do PCC, Tuta foi preso após apresentar um documento falso em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Ele tentava renovar o visto do seu Cartão de Identidade de Estrangeiro (CIE) com o nome de Maycon Gonçalves da Silva -cujas informações também constavam no banco internacional de dados.
O agente boliviano acionou um oficial da Polícia Federal brasileira que atua em Santa Cruz de la Sierra. O agente da PF mandou a informação para a central da Interpol em Brasília. Com o cruzamento de dados biométricos, os agentes brasileiros confirmaram que se tratava de um foragido da Justiça. Com a confirmação, a Força Especial de Luta Contra o Crime Organizado na Bolívia o prendeu.
Tuta fugiu do Brasil após vazar a informação de que ele era um dos alvos da Operação Sharks, em 2020. Em fevereiro de 2024, ele foi condenado a mais de 12 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de mais de R$ 1 bilhão entre 2018 e 2019.
PCC tentou espalhar informação falsa sobre morte de Tuta. Em 2021, o Ministério Público de São Paulo chegou a anunciar que Tuta foi excluído e morto pelo tribunal do crime após ordenar a morte de Nadim Georges Hanna Awad Neto e Gilberto Flares Lopes Pontes, o Tobé, tesoureiro do PCC, sem aprovação formal da cúpula da facção. Depois a promotoria descobriu que era uma contrainformação por parte da facção para despistar as autoridades.