STF condena Sérgio Nahas pelo assassinato da esposa 22 anos após o crime
Colaboração para o UOL, em São Paulo
20/05/2025 20h46
O STF (Supremo Tribunal Federal) condenou o empresário Sérgio Nahas pela morte da esposa, Fernanda Orfali, assassinada em setembro de 2002.
O que aconteceu
Naahas foi condenado em decisão unânime do STF. A Corte manteve a pena aplicada ao empresário pelas instâncias anteriores e ele deverá cumprir sentença de oito anos e dois meses de prisão em regime fechado.
Relacionadas
STF ratificou decisão do TJSP. Em 2018, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Nahas a sete anos de prisão no regime semiaberto e, em 2021, aumentou a pena para oito anos e dois meses no regime fechado. A defesa do réu entrou com recursos e o caso foi parar no Supremo.
Corte seguiu voto do relator do caso, o ministro Dias Toffoli. Nahas foi considerado culpado em todas as instâncias pela morte de Fernanda, assassinada a tiros no apartamento em que morava, em Higienópolis, área nobre de São Paulo. A defesa do empresário alegava que a vítima havia atentado contra a própria vida.
Apesar da condenação, Nahas permanece em liberdade. Isso acontece porque o caso ainda não foi transitado em julgado, quando não é possível mais recorrer da sentença. Por meio de nota, a defesa do empresário, liderada por Adriana Machado e Abreu, alegou que "o caso se encontra em grau de recurso para que uma injusta condenação/prisão não ocorra".
Relembre o crime
Estilista estava casada com Nahas havia seis meses, quando foi morta. Nahas teria puxado o gatilho quando Fernanda descobriu casos extraconjugais e que ele seria usuário de drogas. A bala ricocheteou na coluna vertebral e atingiu o coração da estilista, que tinha 28 anos. Nahas tinha 38 anos na época do crime.
Durante 16 anos, a defesa interpôs inúmeros recursos, a maior parte considerada protelatória, até a condenação de fato em 2018.
Cerca de 30 minutos antes de ser morta, Fernanda ligou para o irmão. Ela pediu a Júlio para buscá-la. O irmão percebeu que era grave e foi socorrê-la, mas, quando chegou, a estilista já estava morta.
Nahas sustentou que ela se trancou no closet dizendo que ia se matar e que, quando ele arrombou a porta para tentar salvá-la, era tarde demais. A investigação, contudo, encontrou vestígios de pólvora na camisa dele, que estava escondida embaixo da cama do casal. A defesa afirmou que os vestígios passaram para a camisa de Sérgio quando ele abraçou a mulher, mas a perícia considerou a alegação improvável. Sérgio foi preso na hora, por porte ilegal de armas, mas liberado em seguida.