Mamãe Falei e Joice perdem fãs em redes sociais no início da campanha
Resumo da notícia
- Joice Hasselmann perdeu seguidores no Facebook, Twitter e Instagram
- Athur do Val, o Mamãe Falei, perdeu no Facebook e cresceu pouco nas outras redes
- Os dois também são os candidatos com maior proporção de citações negativas
- Briga por espaço no campo da direita é um dos motivos para o resultado, diz especialista
Joice Hasselmann (PSL) e Arthur do Val (Patriota), o Mamãe Falei, são os únicos candidatos a prefeito de São Paulo que perderam seguidores em redes sociais desde que a propaganda eleitoral começou oficialmente, em 27 de setembro.
Os dados —coletados entre 27 de setembro e 12 de outubro pela ferramenta de monitoramento digital Torabit— indicam que os dois postulantes também concentram alta proporção de menções negativas no Facebook, no Twitter e no Instagram.
Joice foi a única candidata a perder seguidores nas três redes neste período: 710 no Twitter, 9.863 no Facebook e 8.268 no Instagram. Arthur do Val fechou o período analisado com 7.674 seguidores a menos no Facebook e, proporcionalmente, foi um dos que menos cresceu no Instagram (1,9%) e Twitter (0,65%).
Quem mais ganhou seguidores em proporção no Twitter foi Marina Helou (Rede), 64% a mais no período analisado, seguida por Vera Lúcia (PSTU), com 15%, e Jilmar Tatto (PT), com 7,4%.
No Facebook, o único a crescer expressivamente foi Tatto (8,3%), enquanto os outros permaneceram no mesmo patamar. Helou e Boulos aparecem na sequência, com 1,8% a mais de fãs.
No Instagram, quem mais ganhou seguidores foi Tatto (17%), Helou (16%), Andrea Matarazzo (PSD), com 8%, Boulos (5%) e Márcio França (PSB), com 2,4%.
Em comum, Tatto, Helou e Vera têm muito menos seguidores que seus concorrentes. Tatto, por exemplo, soma 50 mil fãs nas três redes, contra 3,1 milhões de Joice, 3 milhões de Boulos e 2,4 milhões de Arthur do Val.
Menções negativas
Dos 14 candidatos a prefeito, nove têm mais menções negativas do que positivas no Twitter. Os campeões voltam a ser Joice e Arthur do Val. Metade de todas as citações a ela é negativa, 34% neutras e 16% positivas.
Nos gráficos, é possível ver o percentual das menções negativas, neutras e positivas e também o número absoluto, ao passar o mouse.
Arthur do Val vem em seguida, como 44% de negativas, 30% neutras e 27% menções positivas. É seguido pelo tucano Bruno Covas (42% negativas), Orlando Silva (PCdoB), com 41%, Celso Russomanno (Republicanos), com 40%, e Vera Lúcia (37%).
Apenas Tatto (49%), Levi Fidelix (PRTB), com 37%, Matarazzo (33%), França (32%) e Antônio Carlos (PCO), com 93%, recebem mais menções positivas do que negativas. Em contrapartida, a rede do candidato do PCO é pouco utilizada por ele.
No Facebook, Joice (31%), Arthur do Val (30%) e Russomanno (18%) são os únicos postulantes em que as citações negativas superam as positivas. Já no Instagram, o campeão de rejeição é Filipe Sabará (Novo): 47% das menções no período analisado. É seguido por Covas (38%), Arthur do Val (31%), Joice e França, com 30% cada um.
Equipe de Joice fala em 'troca natural de seguidores'
A coordenação de campanha de Joice afirma que a "troca natural de seguidores" ocorre desde que ela rompeu com o governo Bolsonaro.
"Essa troca está mais ligada à negação da realidade do que à figura da Joice", diz a equipe da candidata. "Saem seguidores negacionistas e entram outros que aprovam a luta da Joice". Em nota, afirma que "a perda é muito pequena —0,41% no Facebook; 0,67% no Instagram e 0,24% no Twitter" em relação ao número total de seguidores.
Sobre as menções negativas, "Joice sempre sofreu muito com ataques coordenados nas redes". "Nossa avaliação está nas manifestações recebidas no privado, milhares de mensagens positivas e apoio".
Arthur do Val questiona dados
Em nota enviada após a publicação desta reportagem, a campanha de Arthur do Val Mamãe Falei disse discordar "dos dados apresentados, pois há várias formas de se aferir o posicionamento nas redes sociais".
"Por exemplo: é a maior campanha com engajamento digital, no YouTube, Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp com 30% a mais que os outros candidatos", diz o texto sem citar a origem da informação.
Apesar da reclamação, a constatação da perda de seguidores foi feita com base em dados públicos oferecidos pelas redes sociais citadas na reportagem.
Dislike é política
Para Marco Iten, especialista em marketing político e redes sociais, essas mídias "quantificam de uma forma muito independente" como o cidadão está se posicionando politicamente, "o que não necessariamente se refletirá nas urnas".
"Hoje em dia, dislike é política", afirma o especialista, para quem a desidratação de Arthur do Val e Joice se deve em parte "às cotoveladas" trocadas pelos candidatos conservadores na campanha.
"Arthur e Joice podem perder espaço no campo da direita ao serem críticos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido)", diz. "O eleitor paulistano de direita que votou nele em 2018 vota hoje em Russomanno ou em quem ficou ao lado do [ex-juiz] Sergio Moro [após o rompimento com o presidente]."
Há uma guerra de destruição dessas alternativas entre os eleitores desses candidatos e entre quem está hoje com Russomanno. O eleitor dele tem dois inimigos no campo da direita: Joice e Arthur. Essa guerra de dislike e destruição de alternativas se dá nos bastidores das redes, tem muito robô no meio
Marco Iten, especialista em marketing político e redes sociais
Campanha ainda não decolou
Ele diz que não há "grandes variações de preferência nas redes porque nada está motivando o eleitor" fora delas.
"A campanha de rua é fraca e, na televisão, a audiência é baixa. Não há comício e as pessoas estão mais recolhidas em casa, desempregadas, com medo da pandemia", diz.
"As redes cumprem um papel silencioso na campanha: ao curtir um candidato, o seguidor passa a receber suas publicações. O postulante com boas redes sociais que fidelizar essas pessoas terá chance maior de transformar curtida em voto."
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