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Boulos lamenta morte de negro no RS e promete política antirracista em SP

Em evento em um hotel no centro de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) comentou a morte de João Alberto Silveira Freitas, no Rio Grande do Sul - Nathan Lopes/UOL
Em evento em um hotel no centro de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) comentou a morte de João Alberto Silveira Freitas, no Rio Grande do Sul Imagem: Nathan Lopes/UOL

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

20/11/2020 14h03

O candidato do PSOL a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, lamentou hoje o assassinato de João Alberto Silveira Freitas em um supermercado de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Em um evento em um hotel no centro de São Paulo em que apresentou os apoios que recebeu para o segundo turno contra Bruno Covas (PSDB), Boulos comentou a morte de Freitas, um homem negro, um dia antes do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje.

"Estamos impactados pelas cenas brutais de violência, de extermínio", disse Boulos, que lembrou propostas de combate ao racismo que pretende implementar em uma eventual gestão sua.

Uma delas veio do programa de governo de Orlando Silva (PCdoB), derrotado no primeiro turno. Será a "lista suja do racismo", a qual conterá empresas que tenham diferenças salariais entre brancos e negros.

Orlando, em seu discurso, pediu que todos ficassem de pé e respeitassem silêncio em memória de João Alberto. Ao final de sua fala, ativistas gritaram a expressão "vidas negras importam", o que motivou aplausos dos presentes no salão.

"Lamentável que nesse dia em que deveríamos falar de mais inclusão, de mais esperança, tenha que lamentar, mais uma vez, um caso bárbaro de assassinato", disse Boulos. "Eu quero governar São Paulo com uma política antirracista para que aqui a gente tenha uma prefeitura atuante para que casos como esse não voltem ocorrer."

Quase com PSB

O mais aguardado para o dia não aconteceu. Lideranças do PSB indicaram tendência de apoio a Boulos após Márcio França (PSB) sair da disputa, mas não houve uma formalização de entrada na frente formada pela candidatura do PSOL.

O presidente municipal do PSB, vereador reeleito Eliseu Gabriel, não esteve presente. A ausência de Gabriel é um "gesto de respeito" a França, avalia ao UOL Juliano Medeiros, presidente do PSOL.

Medeiros, porém, diz que "está bastante claro que esse apoio vai se confirmar nas próximas horas".

Boulos também disse que, além do PSB, espera contar com o apoio de França. "Márcio fez no primeiro turno também uma campanha anti-Doria", disse o candidato em referência ao governador João Doria (PSDB), aliado de Covas. "Por isso tenho a expectativa que o Márcio esteja conosco."

Na mesa

Hoje, o evento apresentou os apoios de PT, PCdoB, Rede e PDT. No primeiro turno, o PSOL já estava com PCB e UP.

Apesar de não haver formalização, o símbolo do PSB já constava em um slide que ficou atrás dos representantes dos partidos.

Na mesa, destaque para a ausência da bandeira do PT, que chegou "atrasada" à mesa do evento. "A bandeira do PT não estava cabendo aqui na frente. Isso é uma coisa boa, viu, Boulos", brincou Jilmar Tatto (PT), que não conseguiu avançar para o segundo turno. "Essa mesa é o caminho da vitória."