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MPE arquiva representação de notícia-crime de Nunes contra Erundina

Luiza Erundina (PSOL) na sabatina do UOL e Folha de São Paulo - UOL
Luiza Erundina (PSOL) na sabatina do UOL e Folha de São Paulo Imagem: UOL

Do UOL, em São Paulo

26/11/2020 23h12

O Ministério Público Eleitoral (MPE) arquivou hoje representação de notícia-crime aberta pelo vereador Ricardo Nunes, vice na chapa do candidato à Prefeitura de São Paulo Bruno Covas (PSDB), contra Luiza Erundina, candidata a vice-prefeita na chapa de Guilherme Boulos (PSOL).

Nunes reclama que a oponente teria lhe "imputado falsamente" a prática de crimes durante a propaganda eleitoral, através de frase como "Veja os crimes que ele está cometendo com a conivência do prefeito" e "O prefeito aluga prédio dele para as creches".

A defesa de Luiza Erundina argumentou que não haveria justa causa para a instauração de inquérito policial uma vez que vários pedidos de resposta teriam sido todos eles rejeitados.

Na decisão, o MPE não viu "indício relevante" que tenha perpetrado crimes contra a honra do noticiante. Para o Ministério Público Eleitoral, "houve apenas uma crítica ácida e veemente ao candidato a vice do atual prefeito, relacionando-o a uma investigação em andamento do MP a respeito e a um fato relacionado a violência doméstica".

"Os fatos existem, não são fantasiosos, de modo que não se cogita a prática de crime de calúnia ou de divulgação de fato inverídico", ressalta o MPE.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, uma entidade ligada a Nunes pagou com dinheiro público empresas investigadas na máfia das creches e uma dedetizadora que pertence à família do parlamentar. Ao UOL, a assessoria de Nunes disse que "a relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades".

Em sabatina promovida pelo UOL/Folha, ontem, Luiza Erundina já havia criticado o oponente. "O Ricardo Nunes me parece que está se escondendo. O próprio candidato, cuja chapa ele compõe, também não dá muita informação sobre o vice e muito menos explicações [sobre] por que ele desapareceu. Deve ser porque ele deve explicações à sociedade e à própria Justiça de denúncias muito graves sobre seu comportamento em relação aos interesses públicos", afirmou Erundina durante sabatina do UOL e da Folha, comandada por Gabriela Sá Pessoa, repórter do UOL, e Carolina Linhares, da Folha.

Vice de Covas

Nunes foi escolhido como vice de Covas quase na última hora, quando MDB e PSDB estavam prestes a fazer suas respectivas convenções, em setembro. Alguns tucanos defendiam que o PSDB tivesse uma chapa pura, com um integrante do partido compondo com Covas. Mas a pressão de partidos aliados, como DEM e o próprio MDB, contra essa ideia levou à escolha de Nunes.

Pesou a favor de Nunes um perfil mais conservador para equilibrar acenos progressistas feitos por Covas. O vice integra a bancada religiosa da Câmara dos Vereadores. Ele é próximo a Igreja Católica. Os números das pesquisas sugerem que a integração dele à campanha renderam votos.

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