RJ: Paes diz que anunciará medidas contra covid antes de assumir prefeitura
Ante o aumento de mortes e internações nas redes pública e privada por covid-19 na cidade do Rio, Eduardo Paes (DEM) elegeu a área da saúde como principal foco dos primeiros dias do seu mandato a partir de 1º de janeiro. Uma série de medidas de enfrentamento à pandemia do coronavírus deve ser anunciada hoje em entrevista à imprensa.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio é a única que já tem definições: a pasta será comandada pelo médico sanitarista Daniel Soranz, que foi secretário de Paes no segundo mandato (2013 a 2016). O prefeito eleito do Rio obteve 64,07% dos votos válidos (1.629.319 votos), contra 35,89% de Crivella (913.700) —diferença superior a 715 mil votos.
Após a vitória, Paes afirmou que pretende dialogar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela liberação de leitos ociosos na rede federal de saúde, que podem passar a ser geridos pelo município e destinados exclusivamente para o tratamento do coronavírus.
O prefeito eleito também reforçou que teve o apoio dos senadores Romário (Podemos) e Carlos Portinho (PSD) na campanha e que pretende dialogar com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho de Jair Bolsonaro, que apoio Crivella nas eleições.
Na coletiva de hoje também devem ser anunciados detalhes sobre o gabinete de transição entre os mandatos a ser instalado.
Ontem (29), Paes disse que apesar das diferenças com Crivella, pretendia contar com o apoio dele para uma transição tranquila. "Que possamos ter acesso aos dados da prefeitura", afirmou.
Fontes ligadas a Crivella informaram que um grupo deve ser nomeado pelo prefeito justamente para a interlocução junto à campanha de Paes.
Com a derrota, Crivella ficará sem cargo público pela primeira vez em 18 anos. Ele não tem planos políticos imediatos. O próximo desafio dele deve ser o apoio à candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Paes: "Flávio [Bolsonaro] vai nos ajudar" contra covid
Paes anunciou que vai buscar parcerias com o governo federal para combater a pandemia de covid-19, que vive um novo período de alta de casos na capital.
Após pronunciamento ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), Paes citou o envio de testes e a abertura de leitos em hospitais federais como prioridade e disse ter "certeza" de que Flávio Bolsonaro irá auxiliar nas articulações. "Tenho certeza que o senador Flávio vai nos ajudar nessa tarefa", disse.
Em seu primeiro discurso, Paes classificou sua eleição contra Crivella como uma "vitória da política" e criticou o "radicalismo na política brasileira", que, segundo ele, "certamente não fez bem a nenhum de nós cariocas, não fez bem a nenhum de nós brasileiros".
Pouco depois, em entrevista, Paes foi questionado sobre as primeiras medidas para conter a possibilidade de um novo pico de mortes por coronavírus e falou em parcerias com o governo federal.
O prefeito eleito começou citando os 6 milhões de testes para detecção da covid-19 estocados pelo governo federal: disse que o Rio iria "exigir" pelo menos 450 mil testes. Imediatamente amenizou a declaração —trocando o verbo por "pedir"— e defendeu uma parceria com o governo federal.
Paes listou ainda o objetivo de conseguir a reabertura de 200 leitos hoje fechados em hospitais federais na cidade.
Ele prometeu articular essas medidas junto à bancada do Rio no Congresso Nacional. Citou como aliados o deputado federal Rodrigo Maia. Mas também acenou para Flávio Bolsonaro.
Jair Bolsonaro criticou prefeitos e governadores por adotarem medidas de isolamento, como o fechamento do comércio e das escolas, durante toda a epidemia no Brasil. Durante a aproximação com Crivella, o presidente pressionou o prefeito do Rio para flexibilizar as medidas adotadas na cidade —o que aconteceu.
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