Crivella puxa bloco dos prefeitos não reeleitos pelo Brasil
Dos 13 prefeitos de capitais brasileiras que tentavam a reeleição, três não conseguiram ser reeleitos: Marcelo Crivella (Republicanos), do Rio de Janeiro, Nelson Marchezan (PSDB), de Porto Alegre, e Socorro Neri (PSB), de Rio Branco.
Marchezan nem sequer chegou ao segundo turno, que foi disputado em Porto Alegre entre Manuela D'Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB). Em São Gonçalo, segunda cidade mais populosa do Rio de Janeiro, o prefeito José Luiz Nanci (Cidadania) também amargou uma derrota já no primeiro turno.
Já Crivella e Socorro Neri, apesar de terem avançado na disputa, acabaram perdendo no segundo turno.
Em dez capitais, como São Paulo, Aracaju, Cuiabá e Porto Velho neste segundo turno, houve reeleição do atual mandatário.
Em outras 12 capitais, os atuais prefeitos já foram reeleitos em 2016 e não poderiam disputar as eleições. Em Goiânia, Iris Rezende (MDB), que poderia se candidatar à reeleição para o que seria seu quinto mandato, anunciou sua aposentadoria da vida pública ao fim do ano.
Crivella: desgaste na Justiça e alta rejeição
Com alta rejeição e desgastado por um imbróglio na Justiça Eleitoral quanto à sua elegibilidade, Crivella foi para o segundo turno contra o ex-prefeito Eduardo Paes (MDB), que venceu a eleição.
Em setembro deste ano, Crivella foi declarado inelegível pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) após ser condenado por abuso de poder político e conduta vedada em um caso envolvendo o uso de veículos e funcionários da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) para um evento de campanha do seu filho, em 2018.
A decisão foi suspensa temporariamente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mantendo a candidatura do atual prefeito.
Marchezan: processo de impeachment e aliança com centrão
Alvo de um processo de impeachment, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, também não conseguiu uma vaga no segundo turno, que acabou sendo disputado por Manuela D'Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB).
Marchezan aparecia em um triplo empate técnico no segundo lugar segundo as pesquisas de intenção de votos antes do primeiro turno. Mas nem uma aliança com o PL e o PSL ajudaram o atual prefeito a continuar na disputa pela reeleição.
O tucano é acusado de alocar recursos do Fundo Municipal de Saúde em ações de publicidade para promover sua gestão em meio à pandemia. Para ele, o pedido de impeachment foi feito com o objetivo de retirá-lo da corrida eleitoral deste ano.
Socorro Neri: alta rejeição
Em Rio Branco, a atual prefeita, Socorro Neri (PSB), foi para o segundo turno contra Tião Bocalom (PP). A continuidade na disputa, no entanto, se deu por pouco: Bocalom teve 49,58% dos votos válidos e, Socorro Neri, 22,68%.
Pesquisas realizadas antes do primeiro turno já indicavam que a atual prefeita era a segunda candidata com a maior rejeição entre os eleitores, ficando atrás apenas do candidato do PT, Daniel Zen.
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