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CEO do Ipec: Bolsonaro tem tendência de recuperação; Lula tende a oscilar

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/08/2022 09h13

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda pode conseguir alcançar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na intenção de votos caso aposte em uma comunicação mais efetiva com os eleitores, avaliou a CEO do Ipec (ex-Ibope), Márcia Cavallari.

Pesquisa do instituto, contratada pela TV Globo e divulgada ontem, aponta Lula à frente na corrida pelo Palácio do Planalto com 44% das intenções de voto; Bolsonaro aparece em segundo, com 32%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. "A tendência observada é de uma recuperação do presidente Bolsonaro ao longo de 2022, e oscilações negativas que vieram mês a mês em relação ao ex-presidente Lula", disse Cavallari, em entrevista ao UOL News.

A diretora do Ipec ressaltou que é comum em campanhas de reeleição, como a de Bolsonaro, que os candidatos consigam melhorar a sua percepção de avaliação de governo nos meses que antecedem o pleito.

"Na reeleição da ex-presidente Dilma [Rousseff], por exemplo, ela conseguiu melhorar durante a campanha eleitoral 10 pontos percentuais na avaliação ótima/boa", destacou.

"Há espaço para comunicação mais assertiva. É comum observamos melhorias naqueles candidatos que concorrem à reeleição. Esse é um fator importante que temos que acompanhar", acrescentou.

Cavallari ainda disse que pesquisas eleitorais devem ser interpretadas como um diagnóstico do momento, ou seja, elas não conseguem fazer uma projeção futura sobre quem vai vencer a corrida eleitoral.

"Analisando a trajetória de dezembro até aqui, vemos que o presidente Jair Bolsonaro conseguiu melhorar a sua avaliação, assim como aumentar a sua intenção de voto. Se em 2021 havia um cenário com mais folga para o presidente Lula, hoje se apresenta um cenário mais apertado em função dessa melhora de Bolsonaro."

Por isso, para a CEO do Ipec, a eleição para presidente não deve ser decidida antes do segundo turno.

"Segundo essa pesquisa, temos um cálculo dos votos válidos de 52% para Lula. Toda pesquisa por amostragem tem uma margem de erro associada porque não entrevistamos todos os eleitores. Com dois pontos percentuais de margem de erro, não é possível afirmar com certeza que essa eleição acabaria no primeiro turno."

Veja a entrevista completa e mais notícias no UOL News: