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Chico Alves: Conversa com Moraes pode ser recuo das FA em ataques às urnas

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/09/2022 19h47

Em participação no UOL News, o colunista do UOL Chico Alves falou sobre a negociação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em reuniões com as Forças Armadas para uma possível mudança nas regras das eleições. Para Chico, as conversas pretendem passar uma impressão de que as Forças Armadas e, principalmente, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, recuaram em relação aos ataques às urnas eletrônicas.

"Nessa conversa com Alexandre de Moraes eles certamente devem ter achado uma forma de o ministro voltar atrás nesse discurso [de ataques às urnas] que seria dar uma ideia de que houve também um recuo do TSE", disse.

Ele também destacou que as críticas excessivas feitas por Nogueira às urnas eletrônicas não surtiram efeito na população e isso, inclusive, acabou afetando a credibilidade das Forças Armadas.

"O Paulo Sérgio Nogueira chegou em um ponto difícil de retornar. Ele atacou tanto a credibilidade das urnas eletrônicas e isso não fez efeito na sociedade. Continuam confiando nas urnas eletrônicas, então acho que as Forças Armadas já pagaram um preço alto pela sua credibilidade que caiu bastante. Levar isso até as eleições seria muito ruim".

Por fim, Chico também pontuou que o TSE negou que as Forças Armadas teriam qualquer tipo de privilégio na apuração dos votos, e elogiou a postura.

"A informação de que as Forças Armadas teriam acesso a dados privilegiados que outras entidades fiscalizadoras não teriam, o TSE negou. Então as Forças Armadas terão acesso aos dados que qualquer cidadão poderá ter. (...) não tem porque as Forças Armadas terem um espaço privilegiado de negociação ou discussão sobre o processo eleitoral, não há nenhum motivo para isso".

YouTube privilegiar conteúdo de apenas um candidato é um escândalo, diz Chico Alves

"Isso é um escândalo, um assunto gravíssimo. Uma plataforma poderosa como o YouTube, ao privilegiar um canal que tem uma tendência de apoiar somente um candidato, dá um espaço muito desigual a só um candidato pela presidência", disse Chico Alves ao comentar a pesquisa feita pelo NetLab, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que apontou que o YouTube privilegia vídeos pró-Bolsonaro em recomendações a usuários.

"É muito grave e espero que a própria plataforma vendo essa pesquisa não fique só nessa resposta padrão e tome uma atitude porque isso é visível", completou.

Datafolha mostra que Ciro Gomes e Simone Tebet não irão à frente nas eleições, diz Chico Alves

"Ciro Gomes e Simone Tebet têm aí o diagnóstico de que não vão conseguir ir à frente. Mudar esses números a tão pouco tempo da eleição é praticamente impossível", disse Chico Alves durante o UOL News.

"Nesse recorte a gente tem claramente a impossibilidade de Simone, Ciro ou qualquer outro que apareça em nome da terceira via ir a frente como um candidato viável para ganhar a eleição", completou.

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