Evento preferido no 1º turno, motociata desaparece da campanha de Bolsonaro
Esta quarta-feira marca o décimo dia do segundo turno da corrida presidencial. Neste tempo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) posou para fotos com governadores aliados, encontrou empresários em Minas Gerais e prefeitos no Sul. Só não realizou motociata.
A situação contrasta com o que ocorreu no primeiro turno. Bolsonaro elegeu o formato motociata seguida de comício o modelo ideal de pedir votos. Isto ocorreu desde o primeiro minuto da corrida presidencial. O presidente abriu a campanha em Juiz de Fora (MG) e o ato inicial foi uma motociata do aeroporto até o centro da cidade.
Outras prioridades. O fato de apoiadores não serem convocados para colocar suas motos nas ruas não significa que este tipo ato foi banido da campanha de Bolsonaro. A justificativa para seu momentâneo desaparecimento é que os movimentos iniciais do segundo turno foram dedicados à construção de alianças.
A equipe de Bolsonaro explica que concentrou sua energia em distribuir suas peças no tabuleiro eleitoral, uma metáfora para a costura de apoios. O passo seguinte é ir ao ataque. Esta segunda etapa está em curso e quando a campanha considerar que é conveniente, as motociatas deverão ser convocados a cumprir sua função.
As vantagens da motociata. Todas as motociatas realizadas no primeiro turno foram parar nas redes socias do presidente e de seus aliados. Estes atos são considerados grandes ativos no quesito imagens. Conseguem mostrar uma área extensa coberta por gente de verde e amarelo.
Na equipe de Bolsonaro, as cores da bandeira são classificados como o maior outdoor possível e muitos apoiadores vestidos com esta combinação sugerem significativo engajamento da população. O discurso do "datapovo" de Bolsonaro - narrativa de que tem apoio popular e sofre um boicote de veículos de imprensa - costuma usar vídeos de motociatas.
Outra vantagem atribuída a estes atos é sua capacidade de ser assunto na cidade onde o Bolsonaro aparece. Com centenas ou milhares de motos percorrendo as principais vias municipais fica impossível ignorar a presença do candidato.
As contraindicações da motociata. Ainda que cumpram uma papel considerado importante na estratégia de comunicação da campanha e no engajamento de bolsonaristas, há resistências a motociata dentro da equipe do presidente. O primeiro motivo é que o candidato não usa capacete em muitas ocasiões.
O histórico destes atos também incomoda. As motociatas sugiram durante a pandemia e causavam aglomerações numa época em que especialistas em saúde pública defendiam o isolamento social. Outra razão é ser um evento muito masculino.
Em uma campanha que tem dificuldades no eleitorado feminino como a de Bolsonaro, não seria produtivo gastar tempo em eventos com forte conotação masculina, que não servem para diminuir a rejeição dele entre mulheres e nem renda votos.
Possibilidade de fechamento de campanha. No sábado anterior a votação do primeiro turno, Bolsonaro realizou duas motociatas - uma em São Paulo e outra em Joinville (SC).
Pelas características citadas de engajamento e se fazer notar, a motociata é forte concorrente para ser a maneira que o presidente vai escolher para fechar a corrida eleitoral.
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