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Boulos rebate Nunes e diz que ataque é 'tentativa de agradar Bolsonaro'

Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) são pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo Imagem: Bruno Spada/Câmara dos Deputados e Bruno Escolastico/PhotoPress/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/07/2024 14h52

O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) classificou o ataque do prefeito Ricardo Nunes (MDB) a ele como uma "atitude de desequilíbrio".

O que aconteceu

Boulos afirmou que a fala do emedebista é uma "tentativa de agradar seu padrinho [político, o ex-presidente Jair] Bolsonaro (PL)". Nunes chamou o deputado federal de "invasor", "vagabundo", "dissimulado" e "sem vergonha" durante a convenção do PL que oficializou a indicação do coronel Ricardo Nascimento de Mello Araújo (PL) como seu vice.

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O pré-candidato do PSOL disse que a atitude de Nunes é "incompatível com o cargo de prefeito da maior cidade do país". Boulos afirmou que o prefeito o ataca com "mentiras e fake news". Os dois estão empatados tecnicamente nas intenções de voto, segundo o Datafolha — Nunes sai na frente do psolista em uma projeção do segundo turno.

Nunes não citou Boulos nominalmente durante seu discurso. "Quero agradecer a cada um dos senhores por dar esse voto de confiança para que a gente possa dar continuidade ao trabalho e vencer esse invasor, esse vagabundo, esse sem vergonha", disse o prefeito.

Uma das apostas de Boulos é nacionalizar a campanha municipal em São Paulo. Ele tem reforçado sua aliança com o presidente Lula (PT) e tentado colar a pecha da extrema direita em Nunes. "São Paulo não pode ser refém do bolsonarismo", disse o deputado.

Nunes tenta manter desde o início da pré-campanha uma "distância segura" do ex-presidente. A convenção do MDB, por exemplo, quer reforçar a "frente ampla" da chapa. O prefeito também postergou o máximo que conseguiu a indicação do seu vice — aceitou o nome do ex-Rota após a chegada de Pablo Marçal (PRTB) à corrida eleitoral.

Na tentativa de agradar seu padrinho Bolsonaro, Ricardo Nunes volta a me atacar pessoalmente com mentiras e fake news, numa atitude de desequilíbrio incompatível com o cargo de prefeito da maior cidade do país.
Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo

Convenção tem crítica a Haddad e afago a Bolsonaro

Nunes e Mello Araújo fizeram agradecimentos ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O prefeito agradeceu ao partido de Bolsonaro pelo "voto de confiança para dar continuidade ao trabalho". Ele disse que logo após assumir a prefeitura, depois da morte de Bruno Covas (PSDB), Bolsonaro entrou em contato para conhecê-lo.

O prefeito disse que, na ocasião, foi a Brasília para discutir com o então presidente a dívida do município. "Ele chega para mim e fala que, no dia anterior, o Palmeiras tinha jogado. Eu não tinha visto o jogo, mas estava entusiasmado com a possibilidade de conhecer o presidente e levar uma demanda da nossa cidade."

Nunes afirmou ainda que trabalha em parceria com o PL para obter a vitória na disputa municipal. "Caminhando juntos para fazer um belo trabalho em São Paulo e tirar invasor e dissimulado da frente e proteger São Paulo", disse.

Mello Araújo disse que conhece o prefeito "há pouco tempo". "Nós estamos nos conhecendo melhor e estou estudando, não sou da área política, todos conhecem um pouco da minha história, mas eu estou muito impressionado com a administração de Ricardo Nunes", disse.

O pré-candidato a vice-prefeito lembrou ainda do período em que esteve à frente da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). "Assumimos a Rota, restauramos o Batalhão inteiro sem usar um centavo do estado, construímos um posto de saúde lá dentro sem usar um centavo do estado", disse ele, que citou também a atuação na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).

No evento, o prefeito também criticou indiretamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Segundo Nunes, a gestão municipal foi marcada pela redução de impostos e eliminação de taxas, "diferente do que estamos vendo por aí", disse. O partido de Nunes, porém, faz parte da base do governo Lula por meio de Simone Tebet, ministra do Planejamento.

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