Conteúdo publicado há 2 meses

Ao lado de Bolsonaro, Nunes lança candidatura e foca em moradia e periferia

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), oficializou neste sábado (3) sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, buscando a reeleição, e a chapa com o vice coronel Ricardo Mello Araújo (PL).

O que aconteceu

Convenção reuniu políticos dos partidos que fazem parte coligação que apoia Nunes. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) ficaram na linha de frente do palanque ao lado da mulher de Nunes, Regina, e o candidato a vice Mello Araújo. O filho de Bruno Covas, Tomás, também participou e falou no evento.

Discursos exaltaram gestão de Nunes à frente da prefeitura. O prefeito e as lideranças políticas fizeram referências ao trabalho de habitação na cidade — tema historicamente ligado ao principal adversário de Nunes, Guilherme Boulos (PSOL).

Bolsonaro criticou o psolista sem citá-lo nominalmente e disse que a cidade não pode eleger alguém que invade "propriedade alheia" e que apoia "liberar a maconha", o aborto e "ideologia de gênero". Ele também elogiou o trabalho de Mello Araújo na Ceagesp. O coronel da PM foi indicação direta do ex-presidente para ser vice de Nunes (leia mais abaixo).

A cerimônia teve um protagonismo forte de ala bolsonarista. Além da presença de lideranças do PL, o hino nacional — símbolo dos eventos do ex-presidente — tocou no início do evento e o telão mostrava as imagens de Nunes e Mello Araújo ao lado de Tarcísio e Bolsonaro.

Tarcísio elogiou "humildade" de Nunes e também fez referências a Boulos. "Aqui vai ter moradia de verdade", disse o governador. Na sequência, chamou moradores da Brasilândia, Cidade Tiradentes e Grajaú, em um aceno para o eleitorado da periferia. Ele também disse que a população da zona sul teria de apoiar o atual prefeito — em referência ao reduto eleitoral de Nunes.

Em seu discurso, o prefeito reforçou sua origem na periferia e a imagem como pai e marido. "Acima de tudo, sou o Ricardo, uma pessoa igual a cada um de vocês", afirmou. Ele também disse que "não deixaria apoiadores da Venezuela" invadir a prefeitura — em referência a Boulos. O psolista não reconheceu a vitória de Maduro e defendeu transparência na divulgação das atas.

Siga UOL Notícias no

"Caminho Seguro pra São Paulo" é o nome da coligação que apoia Nunes. O emedebista tem reforçado nos últimos meses que sua candidatura faz parte de uma frente ampla — ele tenta manter uma distância segura de Bolsonaro ao mesmo tempo que se coloca como um candidato do diálogo.

Continua após a publicidade

Disputa pela prefeitura tem empate triplo. Pesquisa mais recente na cidade, divulgada pela Genial/Quaest, aponta um empate triplo entre Nunes, Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB) — os candidatos aparecem com 20%, 19% e 19%, respectivamente.

Siga UOL Notícias no

O que disseram

Todos os outros prefeitos iam para periferia. No meu caso, eu volto, porque eu vim de lá. [...] Com a gente, a periferia entrou no mapa da cidade de São Paulo. A quebrada venceu.
Ricardo Nunes, prefeito e candidato à reeleição

O que nos une é o PSOL e o perigo que ele representa para essa cidade. O que nos une, acima de qualquer diferença, é a ameaça de ver um nome como Guilherme Boulos como prefeito de São Paulo.
Nunes

Juntos, prefeitura e governo do estado, estão fazendo mais de 50 mil unidades habitacionais na cidade de São Paulo.
Tarcísio de Freitas, governador

Continua após a publicidade

Mello Araújo é confirmado como vice

O ex-comandante da Rota Ricardo Nascimento Mello Araújo também foi confirmado como vice. Ex-chefe da Rota é coronel da Polícia Militar e também foi presidente da Ceagesp.

Mello Araújo é uma indicação pessoal de Bolsonaro, acatada pelo prefeito. O nome sofreu resistência no entorno do prefeito e de partidos aliados, que classificavam Mello Araújo como "bolsonarista demais". Nunes abraçou o nome após a pressão com a chegada de Marçal no pleito.

Mello Araújo ficou à frente do comando da Rota entre 2017 e 2019. Quando assumiu o cargo, ele defendeu, em entrevista ao UOL, abordagens diferentes para pessoas na periferia e em regiões nobres.

Deixe seu comentário

Só para assinantes