Boulos diz que Venezuela não é seu modelo democrático e cobra transparência
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) disse que a Venezuela não é seu "modelo de democracia". O processo eleitoral no país vem sendo criticado internacional.
O que aconteceu
O psolista afirmou que se apoia no posicionamento do seu partido, que cobrou a divulgação das atas. "Se ficar comprovado e aí é preciso esse processo de transparência, que estamos propondo e cobrando, se ficar comprovado que houve fraude nas eleições e o governo que exercitou fraude permanecer no governo, aí você não terá mais uma democracia", disse Boulos durante sabatina ao g1.
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Candidato citou nota conjunta do governo Lula com Colômbia e México. O posicionamento dos países cobra divulgação das atas e que a Venezuela respeite as instituições. O presidente Lula tem sido pragmático em suas declarações, mas sem esconder acenos a um dos envolvidos, o ditador Nicolás Maduro, conforme mostrou reportagem do UOL.
Boulos criticou Ricardo Nunes (MDB) por fala sobre 8 de janeiro. Durante sabatina do UOL/Folha, o atual prefeito disse que não houve tentativa de golpe na invasão e depredação nos prédios dos Três Poderes. "[Ele] usou a mesma narrativa bolsonarista. Isso me preocupa muito mais", afirmou o deputado federal.
Na semana passada, o psolista classificou a situação da Venezuela como "extremamente preocupante" e repetiu a defesa da divulgação das atas. "Defendo a democracia e a transparência aqui no Brasil e na Venezuela", tem sido o discurso de Boulos ao ser questionado sobre o assunto.
Boulos disse que não deixaria de falar sobre o assunto, mas afirmou que é candidato à Prefeitura de São Paulo. "A Venezuela está a 4 mil quilômetros de São Paulo. A 20 quilômetros do estúdio da Globo tem o córrego de Freitas, no Capão Redondo, com um problema histórico de saneamento", disse.
Temos feito um debate sobre a Prefeitura de São Paulo e é lógico que o debate democrático é importante e não me furtarei dele, mas sou candidato à prefeito de São Paulo e preciso tratar sobre essas questões que afligem a população de uma maneira muito mais forte do que um debate diplomático internacional.
Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL
Boulos prevê gasto de R$ 4 bilhões para zerar fila na Saúde
O psolista aposta no "Poupatempo Saúde" para zerar a fila de exames e consultas. O programa, segundo ele, deve custar R$ 4 bilhões nos quatro anos de mandato — cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Boulos prevê uma verba de R$ 50 bilhões em quatro anos para investimento na cidade. Esse valor, estima a equipe do psolista, seria para acomodar os novos programas com as propostas do candidato, caso seja eleito. Ele tem dito que o problema da cidade de São Paulo não é falta de dinheiro, mas a qualidade do uso dele.