Band vence na Justiça, mas Marina Helena diz que vai recorrer por debate
A candidata à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena (Novo), afirma que vai entrar com recurso na Justiça contra uma decisão liminar obtida pela Band que a impede de participar do debate eleitoral que acontece na quinta-feira (8).
O que aconteceu
O juiz Rodrigo Marzola Colombini havia permitido a participação da candidata no debate eleitoral na noite de segunda-feira (5). O magistrado, porém, reconsiderou e Marina Helena não estará presente para discutir propostas para a cidade de São Paulo no primeiro encontro de candidatos.
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Após a decisão do juiz, candidata convocou manifestação em frente à emissora. Segundo interlocutores da campanha, o protesto ocorrerá "contra a arbitrariedade da Band para barrar sua participação." Procurada, a emissora disse que não vai comentar o caso.
Advogados da candidata analisam possibilidade de recurso. "Estamos correndo contra o tempo e tudo vai depender da Justiça. Não esperava esse entendimento do juiz. Esperamos que a própria Band reveja esse papelão", disse Marina ao UOL. "Vamos recorrer, estou otimista".
Candidata questiona eventuais "interesses" em impedir sua participação. Marina Helena cita o fato de que o apresentador e candidato José Luiz Datena (PSDB) é funcionário afastado da emissora. "Acho estranho porque eles dizem usar como base os que estão na frente na pesquisa, mas estou empada com a Tabata [Amaral] em diversos cenários."
Queremos um debate aberto e democrático. É muito estranho que essa emissora esteja querendo tirar pessoas do debate.
Marina Helena, candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo
Preparação para debater com adversários
Impedida de participar do debate, Marina Helena afirma que havia se preparado para enfrentar os adversários. "É uma preparação e um trabalho contínuo que vem desde a pré-campanha. Espero poder mostrar essas ideia", diz ela.
Debate seria oportunidade para enfrentar desconhecimento, segundo ela. "Pelas mesmas pesquisas, sou a menos conhecida e com mais baixa rejeição, é uma oportunidade de as pessoas me conhecerem", afirma.
Marina se apresenta como "a única candidata da direita". Segundo ela, os candidatos Guilherme Boulos, Tabata Amaral e Datena são "de esquerda", Marçal, para ela, "não é nem de esquerda nem de direita" e o atual prefeito Ricardo Nunes faz parte do espectro político de centro, em sua avaliação. "Estou assustando meus concorrentes", diz.
Salles no Novo mudou cenário
Partido tinha quatro representantes no Congresso Nacional. Com a chegada do deputado federal, Ricardo Salles (Novo), a legenda passou a ter cinco deputados no Congresso, o que obrigaria as emissoras de televisão a convidar seus candidatos às prefeituras para participarem dos debates eleitorais.
A direção nacional da sigla divulgou uma mensagem de boas-vindas ao deputado federal no sábado (3). A nota foi divulgada no mesmo dia em que foi realizada a convenção que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) à reeleição.
Decisão da Justiça ressalta que a filiação do deputado ocorreu "no último dia 2 de agosto". Segundo magistrado, partido usa um regramento que não está mais vigente para pedir participação no debate. "A representante faz menção a uma consulta formulada ao C. Tribunal Superior Eleitoral que remonta ao ano de 2014 (consulta TSE 106-94 - fls. 05 da petição inicial) e que está logicamente prejudicada (não mais vigente) por força da regulamentação atual (artigo 44, § 6º da Resolução TSE nº 23.610/2019)."
Candidata diz que Salles vai "robustecer quadros do partido". "Estou feliz com a chegada dele, vai robustecer nossos quadros. Vejo nesse boicote, o sistema tem um medo, um receio danado", afirmou. "Quem ganha nessa história toda é o centrão, que é o maior empecilho para a direita ter espaço."