Lula e Bolsonaro são alvo em debate quente e de camisa trocada em Fortaleza
O debate da Band em Fortaleza na noite desta quinta-feira (8) foi marcado por ataques entre os candidatos e a "padrinhos" políticos e por uma cena inusitada: uma ordem para trocar de camisa imposta pela comissão julgadora de recursos ao senador Eduardo Girão (Novo).
O que aconteceu
Quem abriu o debate foi o deputado estadual Evandro Leitão (PT). Ele iniciou com ataque e citando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na pergunta que fez ao senador Girão. "Durante os últimos anos, o senhor passou maior tempo morando em Miami, nos EUA, do que aqui em Fortaleza. O senhor é aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é contra a vacina, contra isolamento social na época da pandemia", disse Leitão.
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Eduardo Girão retrucou o ataque. "Já começa em alto estilo, mostrando a cara do PT, com inverdade, com mentira", afirmou Girão. "Como moro nos EUA se sou o senador mais presente lá no Senado Federal, com 100% de presença. Fui presidente do Fortaleza, sendo o primeiro a chegar e último a sair."
Ainda na resposta, Girão falou de Bolsonaro e comentou sobre o governo Lula. "Eu sou independente, eu sou Brasil", afirmou Girão. "As coisas positivas do governo Bolsonaro eu votei. Tenho divergências, faz parte; mas não dá pra comparar o governo Bolsonaro com o governo Lula, que é uma tragédia sem precedentes."
Mais ataques a Bolsonaro
Bolsonaro voltou a ser citado na pergunta e resposta de Técio Nunes (PSOL) e George Lima (Solidariedade). "A gente teve um desgoverno do Bolsonaro, e acho que tivemos um caos no quesito saúde pública, no tratamento desumano que ele deu da pandemia", disse Nunes.
Lima disse que foi entubado por 9 dias e sai negócio no início da pandemia. "Fiquei vendo aquelas asneiras que ele falava, fiquei revoltado. Um ano depois, perdi um ente querido que morreu 15 dias antes de tomar vacina. Bolsonaro foi um irresponsável, eu fui vítima."
George também partiu ao ataque ao perguntar a André Fernandes. "Só o conheço por redes sociais, mas como quer ser prefeito com tanto desequilíbrio emocional?"
Sarto e Evandro trocaram farpas em certo momento do debate. Na volta do segundo bloco, o apresentador do debate explicou que a comissão acolheu o pedido de José Sarto para que Girão mudasse de camisa ou cobrisse a frase que ela estampava. Como foi o primeiro sorteado a responder a pergunta, Girão ainda voltou ao púlpito para responder com a blusa e alfinetou Sarto: "Leiam enquanto é tempo, porque incomodou o prefeito."
Girão voltou, na resposta seguinte, com uma camisa azul lisa.
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) também foi lembrado pelo senador Girão no terceiro bloco. Ele perguntou ao Capitão Wagner (União Brasil) que ele achava da denúncia que Ciro fez de que toda obra do Ceará teria propina. "Uma denúncia vinda de alguém de dentro, fez parte do grupo muito emo, que fez parte muito tempo", disse Wagner.
Em outra pergunta, André questionou o candidato Evandro sobre a taxa do lixo. Ele aproveitou para criticar o governo Lula, a quem atribuiu a aprovação da "taxa das blusinhas" e do uso da água da transposição do rio São Francisco. "Você é do time do ex-presidente Bolsonaro, que levou o brasileiro para fila do osso, que não acredita em vacina. Você, candidato, estava lá em Pernambuco desrespeitando o isolamento quando foi abordado por policiais. É uma pessoa que não respeita as normas, as leis."
Sem resposta para LGBTQIA+
No quinto bloco, ao ser indagado sobre políticas públicas para pessoas LGBTQIA+, o candidato André Fernandes não respondeu e falou apenas sobre saúde e politicagem. Na réplica, o prefeito Sarto ironizou: "Acho que o candidato não entendeu a pergunta." André, na réplica, também foi com ironia: "Antes de defender uma causa ou uma turma, aprenda. Não é LGQ, é LGBTQIA+ [Sarto pronunicou LGBTQ]", disse.