Em novo vídeo, Tabata cobra Nunes e Boulos por não ligarem Marçal ao PCC
Em novo vídeo com tom de denúncia, a candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB) acusou os adversários Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) de pouparem Pablo Marçal (PRTB) das acusações de suposta ligação com o PCC porque estariam mais preocupados em chegar ao segundo turno da campanha eleitoral.
O que aconteceu
Ataques a Boulos e Nunes são novidade nos vídeos da candidata. Enquanto as duas primeiras gravações com o mesmo formato miravam apenas Marçal, desta vez os alvos foram o psolista e o atual prefeito, que, segundo Tabata, estariam estrategicamente poupando o candidato do PRTB, acusado na abertura do vídeo de "furto qualificado, quadrilha de fraude bancária, lavagem de dinheiro e ligações com o crime organizado". "Meus adversários também sabem [disso]", afirma. "Então por que é que não se mexem? Qual o jogo deles?"
Nunes deseja o apoio de Marçal, diz Tabata. Segundo a candidata, Nunes "até defendeu empresa envolvida com eles", numa possível referência ao vídeo que o prefeito gravou elogiando uma empresa investigada por suposto elo com a facção criminosa. "Mas ele tá poupando Pablo por outro motivo: Nunes acha que vai para o segundo turno e quer negociar o apoio do Pablo", afirma. "Mas se ele perder, não é ele quem paga. É você."
Boulos prefere enfrentar Marçal a Nunes no segundo turno, diz a candidata. "Depois de muita pressão, Boulos até saiu pra atacar, mas é puro blefe", diz Tabata. "Em vez de falar dos crimes, ele chama o Pablo de machista, bolsonarista, fascista porque ele sabe que isso não tira voto do Pablo."
Pesquisas eleitorais indicam que Boulos teria mais chance de vencer Marçal. Levantamento da Quaest divulgado ontem mostra Nunes vencendo todos os adversários no segundo turno.
Nunes e Boulos estão assumindo o risco de ter um criminoso mandando na maior cidade do Brasil. Uma aposta que pode custar muito caro pra São Paulo. Com bandido a gente não faz conchavo.
Tabata Amaral em vídeo
Estética da extrema-direita
O vídeo tem a estética utilizada pela extrema-direita. Nos dois primeiros vídeos, Tabata aparece montando uma rede de conexões que ligariam Marçal ao crime organizado.
Desta vez, o "jogo" de Nunes e Boulos é ambientando em uma mesa de pôquer. Ao UOL News, o estrategista da campanha de Tabata, Pedro Simões, disse que a atenção é a grande "commoditiy da comunicação eleitoral". "Alguns políticos extremistas aprenderam isso mais cedo, mas está na hora do campo democrático reagir e agir de acordo com o que é a demanda do nosso tempo."
Para o marqueteiro, "não dar palco" a Marçal é um erro. "Vamos ser realistas: Marçal começou a pré-campanha com o maior palco de todos [suas redes sociais]. Então, não faz sentido não dar palco para um extremista, o que vai acontecer é que o extremista vai falar o que quer, do jeito que quer", afirmou.
São táticas que só a extrema-direita estava usando de alguma maneira e é muito porque, talvez, esses candidatos que se colocam como outsiders, antissistema, tenham entendido mais rápido que o cenário de comunicação tradicional mudou, dão menos atenção a televisão. Bolsonaro foi eleito com segundos de televisão.
Pedro Simões, ao UOL News
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