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Marçal faz campanha ao lado de acusado de elo com PCC: 'Lealdade pessoal'

Pablo Marçal e Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, gravado dizendo ter ligação com o PCC Imagem: Fabíola Perez/UOL

Do UOL, em São Paulo

04/09/2024 14h35Atualizada em 04/09/2024 17h35

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) reforçou em evento de campanha, na zona leste, a lealdade ao presidente nacional do partido, Leonardo Avalanche, acusado de manter vínculos com o crime organizado.

O que aconteceu

"Da minha parte, você tem lealdade pessoal", disse Marçal a Avalanche em frente às câmeras. "Se não fosse esse cara, não haveria possibilidade de eu me candidatar", declarou. O empresário também disse que, nos próximos dias, fará um vídeo "para mostrar o quanto está preocupado com o PCC".

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Marçal tem afirmando nas últimas semanas se sentir constrangido pelas acusações contra integrantes do seu partido de elo com criminosos. Ele também já disse que, se tivesse essa prerrogativa, afastaria Avalanche até a conclusão das investigações. "Eu gostaria que ele [se] afastasse, ele falou que vai provar a inocência", disse ele em entrevista à GloboNews no último dia 27.

Apesar da declaração anterior, Marçal negou hoje o afastamento em relação a Avalanche. "Não estou mantendo distância dele, não nego absolutamente nada de conhecê-lo. Conheci ele na campanha eleitoral e está tudo certo", disse. Marçal disse que teria perguntado se tinha a possibilidade de outra pessoa assumir. "Passei isso para ele, mas ele tem me honrado até aqui."

Em áudio, Avalanche, que é principal fiador de Marçal no partido, disse ter vínculo com o PCC. Em conversa gravada em fevereiro, ele citou relações com o crime organizado e que foi o responsável por soltar o chefe do PCC André do Rap.

Publicamente, o dirigente do PRTB negou ter vínculos com a facção e disse hoje que vai "processar todos os jornalistas" que publicarem notícias de acusações de ligação dele com PCC. "Pablo e eu somos homens cristãos, frequento igreja evangélica, no meu estado não existe essa facção", disse.

Avalanche diz que ele e Marçal são "homens de Deus". Ele afirmou ainda que frequenta a Assembleia de Deus. "Nasci num lar evangélico, é uma coisa que não tem nem lógica, no nosso estado não tem essa facção. Não conheço ninguém dessa sigla", disse.

Presidente do PRTB disse ainda que não reconhece os áudios revelados pela Folha de São Paulo que vinculam Avalanche ao PCC. "Não sou eu, desconheço esse áudio. A política faz parte do jogo", afirmou Avalanche.

Marçal disse que conversou com Avalanche sobre processos contra jornalistas. "Esse cara aqui independente do que acontecer, vou honrar tudo o que você fez. Espero que você, naquela conversa sincera de ontem, sobre processar jornalistas, que você consiga indenização e espaço em todos os lugares", afirmou.

PRTB recebeu ofertas em dinheiro para derrubar candidatura, diz Marçal. "Da minha parte, você tem lealdade pessoal por ser macho e segurar porque nenhum outro partido resistiria a quantidade de proposta em dinheiro para me derrubar", disse ele a Avalanche.

Marçal voltou a criticar o trabalho da imprensa. "Vocês podem bater o tanto que quiserem que isso não vai ser irrelevante", disse ele hoje. No último domingo (1), ele já havia se indisposto com jornalistas após o debate organizado pela TV Gazeta e o portal MyNews.

Nunes também foi alvo de críticas hoje. "Não dá para defender o Nunes que é esquerdista e o grupo do Doria que está aí na prefeitura até hoje", disse Marçal.

PRTB no governo

Partido estará bem representado tendo o prefeito que é a principal cadeira", afirmou Avalanche. Marçal disse que o objetivo dele é "fazer do PRTB o maior partido do Brasil". Recentemente, Marçal havia dito em outra entrevista que seu partido seria o Brasil. "Prefiro ser um príncipe num partido pequeno do que ser um escravo num partido grande", disse.

Em relação aos candidatos a vereadores, Marçal disse que pretende eleger de seis a sete vereadores do PRTB. "A maior parte hoje é de outros partidos, para o presidente vamos eleger é de 8 a 10. Tem muitos candidatos que não querem nem saber do fundo eleitoral deles. Quem for de outro partido e quiser cair para dentro, pode vir", afirmou. Marçal citou o caso do vereador Rubinho Nunes, que desembarcou da campanha de Ricardo Nunes para apoiar o candidato de Marçal.

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