Ações mais eficazes no combate ao contrabando passam por suprimir tanto oferta quanto demanda, segundo Vismona. Na oferta, o caminho é a repressão das atividades criminosas, apreensão dos produtos contrabandeados, desmantelamento de quadrilhas e diminuição do espaço dos criminosos. Já na outra ponta, a da demanda, há duas questões fundamentais.
A primeira é a necessidade urgente de revisão da estrutura tributária sobre os cigarros. Para ele, é importante entender que não pode haver novos aumentos nos impostos do cigarro, e que é necessária uma discussão mais profunda sobre como equilibrar a situação. "No Brasil, por outro lado, podemos calcular novamente a equação para viabilizar algum produto mais barato, que possa concorrer com os produtos do contrabando", diz o presidente do FNCP.
Segundo delegado Mozart Fuchs, "é fundamental também que se retire o poderio financeiro das organizações criminosas para que possamos enfraquecê-las. O mero aumento da pena do crime de contrabando apenas não reduzirá a atividade," afirma.
A conscientização da sociedade sobre a gravidade do crime é o outro ponto fundamental para a diminuição do contrabando no Brasil. "O mercado ilegal gera muito dinheiro com baixa impunidade. As pessoas acabam aceitando porque pensam que comprar cigarro ilegal não é tão ruim assim, e isso atrai todo mundo que quer operar na ilegalidade", completa Vismona.