A iniciativa é um sucesso, na voz dos próprios integrantes. Leandro Henrique é um deles. Aos dez anos de idade, começou suas aulas de música no Moinho e, uma década depois, assumiu o posto de professor de percussão do instituto. Sua história se parece com a de Karolaine Jarcem Mendonça. Trazida ao Moinho pela mãe, ela iniciou suas aulas de dança e música aos 11 anos de idade. Com o tempo, acabou se especializando no instrumento que é a sua paixão - o violino. Hoje, ela ensina música para as crianças do projeto. "Sou grata por passar às outras crianças tudo o que aprendi nesses anos no instituto", diz a professora.
O Instituto Moinho Cultural atende hoje 400 crianças e adolescentes de Corumbá e Ladário, no Mato Grosso do Sul, e das cidades bolivianas de Puerto Suarez e Puerto Quijarro, oferecendo aulas diárias - e gratuitas - de dança, música, literatura, produção audiovisual, tecnologia, idiomas, educação ambiental e patrimonial. As atividades ocorrem no contraturno da escola, em 20 horas semanais. O ciclo de formação dos alunos se estende por oito anos, do básico ao avançado. "Aqui a criança experimenta de tudo, do balé à música clássica, tem contato com a tecnologia e se desenvolve de forma integral", conta Márcia Rolon. O projeto também inclui os familiares e a comunidade, que participam de cursos de geração de renda e economia criativa.
A Vale e agora o Instituto Cultural Vale, com patrocínio da Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, estão ao lado do projeto desde a revitalização da antiga fábrica de farinha de trigo, nos anos 2000, sendo o seu principal patrocinador até hoje.
De lá para cá, mais de 23 mil crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco social puderam ser transformadas pelas atividades do Moinho, num processo de contínua emancipação, ganho de autonomia e construção do futuro.
Apoiar um projeto como o Moinho Cultural há 20 anos fortalece e reafirma o nosso compromisso na formação e transformação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social por meio da cultura, criando novas perspectivas de futuro, diz Christiana Saldanha gerente do Instituto Cultural Vale