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Segue o trem da história

Museu Vale liga a história da ferrovia Vitória-Minas à arte e educação, sendo exemplo de impacto sociocultural

oferecido por Selo Publieditorial museuvale.com

Daniel Bastos é professor de filosofia na Escola de Tempo Integral Pastor Oliveira de Araújo, em Vila Velha (ES). Ele e seus colegas, professores de matemática, biologia, história e geografia, estavam diante de um ícone da fotografia brasileira - Walter Firmo, que, no 2º semestre de 2019, expunha suas obras no Museu Vale, com a mostra O Brasil que merece o Brasil. "Firmo foi nos contando suas inspirações para fazer as fotos, muito focadas na negritude", lembra Daniel. Os professores participavam de um workshop com o artista, promovido pelo museu. Depois foi a vez dos mais de 300 alunos da escola irem ao espaço para ver a exposição. E todos voltaram para a sala de aula com um desafio: desenvolver trabalhos autorais inspirados nas fotos de Firmo.

As ações fizeram parte do projeto Extramuros, realizado pelo Museu Vale entre agosto e outubro de 2019. "A ideia foi envolver a escola inteira e criar esse olhar multidisciplinar sobre a exposição", explica Ronaldo Barbosa, Diretor do Museu. Na turma de filosofia, os estudantes tiraram selfies e legendaram as fotos, descrevendo quem eram. Na de biologia, os alunos criaram um mapa genético da escola, construindo um mosaico com fotos de olhos, lóbulos e bocas dos estudantes. "O projeto abriu os horizontes e essa questão do orgulho da pele negra marcou muito", destaca Daniel. Os trabalhos foram reunidos na Sala Multimeios, do Museu Vale, em uma exposição inaugurada em 30 de novembro, com a presença de alunos e professores. "Vimos a transformação deles através da arte e esses trabalhos nos transformaram também", avalia Ronaldo Barbosa, Diretor do Museu.

www.mineirosnaestrada.com

Inaugurado em 1998, o Museu Vale é um dos centros culturais geridos pelo Instituto Cultural Vale. Com uma vocação natural para eternizar a memória da estrada de ferro entre Vitória e Minas Gerais - seu edifício está em uma antiga estação de trem da ferrovia, revitalizada -, o museu abraça também a arte contemporânea. Mais de 50 exposições de nomes célebres como Cildo Meireles, Irmãos Campana, Os Gêmeos, Vik Muniz e Leda Catunda já foram realizadas pelo museu que, desde o ano 2000, integrou a seu espaço um armazém de telhado colonial com 800 metros quadrados, situado ao lado do prédio principal, para abrigar essas exibições. "Foi um casamento perfeito entre o antigo e o contemporâneo e há uma sinergia nisso, pois muitos turistas vêm para ver a maria fumaça, a história da ferrovia, e acabam dentro da exposição de arte, e vice-versa", diz Ronaldo Barbosa.

O museu também alia arte e cultura a educação, cidadania e inclusão. O Programa Educativo reúne os projetos sociais e de arte-educação da instituição, como o Extramuros e o Museu na Mochila - nele, mediadoras do museu levam objetos do acervo para escolas da periferia e convidam os estudantes a visitar, pela primeira vez, o espaço. O Educativo realiza a capacitação de mediadores e arte-educadores para as visitas guiadas de estudantes das redes pública e particular de ensino e, ainda, promove workshops com alunos e professores, buscando refletir sobre o acervo permanente e as obras de arte. Mais de 500 mil estudantes já foram beneficiados.

Projeto Museu na Mochila 2019

Por causa da pandemia, o museu está fechado para visitações, mas a programação online segue a todo vapor. A ação educativa Interliga, disponível no site, traz curiosidades e informações sobre o universo ferroviário e propõe tarefas para crianças e adolescentes fazerem em casa. Em uma delas, pais e filhos são convidados a escrever mensagens em código Morse, que é a linguagem dos telégrafos, utilizados na ferrovia Vitória-Minas. Jogos interativos, cadernos de desenho para baixar e imprimir, vídeos de contação de histórias e oficinas lúdicas integram a plataforma do museu voltada para atividades educacionais à distância.

Ana Flávia F. Faria / Vale

Para os apreciadores de arte, o Museu Vale disponibiliza exposições virtuais, como a Fotógrafos Capixabas, e vídeos de conversas com artistas da região, gravados em seus ateliês, nos quais contam sobre suas obras e processos artísticos. Durante a pandemia, o museu realizou mais uma edição do projeto Encontros com a Arte Contemporânea, reunindo especialistas, virtualmente, para debater sobre museus, feiras e bienais de arte.

O trem da história

Inaugurado em 1927, o edifício de arquitetura sóbria, com pórtico e colunas jônicas, e vista privilegiada para a Baía de Vitória, foi a sede da Estação São Carlos, ponto de partida da Estrada de Ferro Vitória-Minas. Oito anos depois, a estação recebeu o nome de Pedro Nolasco, em homenagem ao engenheiro que construiu a estrada férrea. De lá pra cá, o público mudou. No lugar dos passageiros, agora crianças, estudantes e turistas circulam pelos dois pavimentos do edifício para conhecer a história da ferrovia.

museuvale.com

O Museu Vale oferece ao público uma exposição permanente que conta a história da estrada de ferro Vitória-Minas. O acervo tem 413 peças, das quais 133 - 84 objetos e 49 fotografias - se distribuem em três salas do primeiro piso. A Sala da Construção é um passeio pela construção, reconstrução e duplicação da ferrovia. A Sala da Manutenção apresenta aspectos do serviço de manutenção e do trabalho nas oficinas. E a Sala das Estações traz itens que eram comuns nas estações de trem, como o telégrafo.

Visita ao Acervo Museu Vale em 2019

No segundo pavimento está a Sala da Maquete, a mais visitada do museu, sobretudo pelas crianças. Com 34 metros quadrados, a maquete ferroviária ilustra a estrada de ferro Vitória-Minas, com vagões correndo por 101 metros de trilhos. O percurso do trem mostra desde a extração do minério de ferro, nas minas de Itabira (MG), até a chegada dos vagões ao Porto de Tubarão, em Vitória. Neste andar também se encontra o Centro de Memória, um espaço para consulta dos mais de 24 mil itens catalogados sobre a história da estrada, e com uma biblioteca de arte contemporânea.

A maior peça do acervo histórico está do lado de fora do edifício principal - a locomotiva a vapor Mikado, fabricada em 1945, com dois vagões acoplados, um de passageiros e outro de carga. Apelidada de Maria Fumaça, a composição, comprada na Filadélfia, Estados Unidos, foi uma das últimas a vapor adquiridas para a ferrovia.

Não é só a beleza dos jardins do Museu Vale, às margens da Baía de Vitória, que cativou crianças, jovens, adultos e idosos que visitam o espaço há duas décadas. A maquete e acervo, que contam cem anos de história ferroviária, o galpão de arte e as salas onde o público é convidado a cocriar com o Museu, tornaram esse espaço um lugar de encontros único no Espírito Santo e uma referência de arte contemporânea no Brasil

Hugo Barreto, Diretor-presidente do Instituto Cultural Vale e diretor de Sustentabilidade e Investimento Social da Vale.

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