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Instituto Cultural Vale
Ewerton Guilherme Guimarães, 15 anos, tem atrás de si o rio Paraguai, que corta de ponta a ponta a cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Com este pano de fundo, ele toca o seu clarinete para a câmera. O registro destes acordes vai se juntar às gravações instrumentais de outros sete alunos de música do Instituto Moinho Cultural - que integra o Programa Vale Música, iniciativa do Instituto Cultural Vale -, que se revezam tocando bateria, vibrafone, xilofone, congas e percussão para criar a versão funk do tema do Rondo, de Concerto para Violino, de Beethoven.
Esta e outras seis variações do mesmo tema compõem o repertório elaborado pela Orquestra Ouro Preto para comemorar os 250 anos de nascimento do compositor alemão. As versões foram executadas e gravadas pelos alunos de música do Instituto Moinho Cultural, do Vale Música Serra (ES) e do Vale Música Belém (PA), com o apoio e a orientação de músicos da orquestra e de professores especialistas. As versões têm o verniz brasileiro, passeando por estilos como funk, bossa nova, jazz, maracatu e toada pantaneira, com arranjos para percussão, cordas e sopros. O resultado é uma série inédita de sete vídeos que celebra a vida e a obra de Beethoven, toda feita à distância e disponibilizada ao público entre novembro e dezembro deste ano. A ação consolida o trabalho de formação musical realizado pelo Programa Vale Música ao longo de 2020, em meio à pandemia e à necessidade de distanciamento social.
"Os instrutores prepararam os alunos para a gravação das trilhas, com o melhor jeito de tocá-las, e os estudantes encararam o desafio e saíram dele como músicos melhores e mais fortes", destaca Rodrigo Toffolo, maestro da Orquestra Ouro Preto, que, em 2020, completou 20 anos de existência. "Também foi uma oportunidade para que deixassem a sua marca na cultura brasileira, eternizando suas performances sonoras em vídeos que serão vistos por gerações", acrescenta.
Segundo Christiana Saldanha, gerente do Instituto Cultural Vale, o isolamento social impôs desafios que foram superados com criatividade, reforçando a coesão entre professores e estudantes do Vale Música. "Nossa rede colaborativa de ensino e aprendizagem de música estabeleceu uma conexão ainda mais próxima e os alunos puderam elevar a sua percepção musical em um processo didático de excelência conduzido pela Orquestra Ouro Preto", avalia. "Vemos com alegria o encerramento deste ciclo com os vídeos produzidos e o crescimento dos alunos".
O Programa Vale Música incentiva conexões e trocas de experiências entre as maiores orquestras do país e os alunos e professores dos projetos de formação musical desenvolvidos nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul. Fazem parte desta rede 240 profissionais e mais de mil estudantes.
Instituto Cultural Vale O clarinetista Ewerton Guimarães entrou para o Programa Vale Música incentivado pelos pais, iniciando sua formação no Instituto Moinho Cultural, em Corumbá. "Melhorou a minha vida, eu era uma criança desobediente e me transformei em um músico, com o sonho de fazer da música a minha profissão", comenta o jovem. As notas do seu clarinete abrem o primeiro vídeo da série que homenageia Beethoven, realizado pelo Grupo de Percussão do Moinho Cultural, com o título Moinho Corpo Funk.
Vale divulgação A segunda variação do Concerto para Violino, de Beethoven, foi gravada pela Jazz Band Vale Música Serra, do Espírito Santo, com o nome de Serra Bossa Jazz. No vídeo, 19 estudantes tocam flauta, sax, trombone, trompete, piano, contrabaixo, violão e bateria para reinterpretar a composição do mestre alemão à luz do jazz e da bossa nova. O terceiro vídeo da série, gravado pelo Grupo de Cordas Vale Música Belém, do Pará, traz uma sonoridade armorial, com a participação de 26 estudantes. A releitura recebeu o nome de Desafio 2.5.0. Na quarta variação do tema de Beethoven, 28 alunas e alunos do Grupo de Cordas Vale Música Serra (ES) interpretam as partituras do compositor como uma canção de ninar, sob o título Canção de ninar Elisa.
O quinto vídeo, Toada pelo Rio Reno, realizado pelo Grupo de Cordas e Madeiras do Moinho Cultural, propõe uma releitura no estilo toada pantaneira. A sexta variação, Beethoven Beat, já diz tudo: as partituras do compositor alemão ganham a força rítmica do maracatu, do movimento mangue beat, pelas mãos dos jovens do Grupo de Percussão Vale Música Belém.
O sétimo vídeo, que fecha a série, é uma epopeia musical. Integra todos os registros audiovisuais dos estudantes em um único concerto, disponível nos sites da Orquestra Ouro Preto e do Instituto Cultural Vale a partir de 22 de dezembro - mês de nascimento de Beethoven. Nas palavras atribuídas ao compositor, a verdadeira arte permanece imperecível. As variações do seu Concerto para Violino, gravadas pelos alunos do Vale Música, em vídeo, são uma prova de sua imortalidade.
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