Com milhares de consultoras espalhadas por todo o Brasil, a Tupperware enfrentava grandes custos e prazos demorados com treinamentos presenciais para essa imensa força de vendas. A solução encontrada foi migrar para uma plataforma EAD. "O formato digital é perfeito em termos de custo, de rapidez, pois eu consigo reagir rápido. Gravo um vídeo hoje e subo no outro dia. Tenho detalhes de cada um dos usuários. Não depende de ninguém assinar a lista de presença", explica Maily Ferraresi, gerente de treinamento da força de vendas da Tupperware.

Segundo Ferraresi, o formato digital permitiu um alcance e um contato muito maior com as consultoras. "Para você ter uma ideia, anualmente, nós treinamos seis vezes mais pessoas pela frente digital. Estamos falando de 300 mil cursos concluídos no online, contra 50 mil no presencial. A gente vem aumentando em 75% o volume de certificados digitais todo ano. A reincidência também é muito grande. Em um mesmo ano, essa pessoa chega a voltar 5 vezes para a plataforma. Isso que a gente só tem o desktop. A gente está lançando com o UOL EdTech a versão mobile, e acredito que vai estourar de acesso", conta.

Com uma força de vendas tão grande e espalhada, a gerente explica que a Tupperware "segmenta os cursos por cada nível da força de venda, seja consultora, líder, empresária e distribuidora. A gente personaliza a plataforma e as aulas. No geral, temos cursos de hard skills, que envolve técnica de venda, produto, fidelização de cliente, demonstração. Também há cursos focados em soft skills, que falam de liderança, comunicação, superação, e estimulam habilidades mais sociopsicológicas."

E esse investimento na qualificação das colaboradoras trouxe resultado. A Tupperware diz perceber um aumento de até 15% na produtividade na venda de uma consultora depois que ela conclui uma trilha completa do curso.

Em 2015, a Raia Drogasil fazia o treinamento de 30 mil funcionários pelo Brasil 100% de forma presencial. Em 2019, essa situação mudou bastante, com 60% dos conteúdos oferecidos de forma digital aos funcionários. "O digital e especialmente o formato mobile permitiu que o conteúdo realmente chegasse às pessoas. O número de horas do presencial praticamente não mudou, mas a questão é que fui aumentando o volume online de uma maneira que eu dobrei o número de conteúdos disponibilizados pela empresa", explica Reinaldo Cordeiro, coordenador de educação da Raia Drogasil.

Cordeiro afirma que a implementação de parte do treinamento de forma online também ajudou a fortalecer o treinamento mais tradicional. "Se eu passo conceitos à distância, eu olho coisas diferentes na hora que chega no presencial e com mais qualificação. Facilitou também para treinar coisas que eu não treinava. Antes era centralizado aqui em São Paulo ou a gente fazia em polos de treinamento. Se eu faço um treinamento de duas horas, eu não conseguia trazer a pessoa para fazer, à distância, eu consigo", explica.

A empresa chega a realizar 24 mil treinamentos por mês, sendo que 7 mil deles ocorrem apenas pelo mobile. A satisfação dos funcionários com a qualificação e o treinamento oferecido pela empresa costumam ser um indicador muito mais importante do que outros números de acordo com o coordenador: "A gente não mensura muitos números, como o ROI de cada aula, porque a gente acredita muito que não formamos as pessoas para a empresa, mas para a vida delas. Se formarmos profissionais diferentes, isso com certeza vai agregar para o nosso negócio. Olhamos muito a qualidade daquilo que entregamos para a pessoa. Se mostrarmos que esse treinamento vai agregar para ele como profissional, ele vai fazer, não precisa ser uma cobrança, como um relatório."

O programa de recompensa Livelo enfrentava um grande desafio com o seu time de atendimento. Os operadores e agentes de call center não conseguiam se conectar com os clientes e participantes que buscavam resgatar viagens e outros benefícios. "Com o apoio do UOL EdTech, chegamos ao entendimento de que, para termos essa conexão dos atendentes com o cliente, era necessário ter esse time mais conectado com a Livelo, com nosso negócio, cultura e jeito de ser, primeiro. A partir disso, conseguimos desenhar estratégias de aprendizado que fizessem sentido", conta Fernanda Mendes, analista de treinamento e desenvolvimento da Livelo.

O processo de construção das trilhas de aprendizado aconteceu de forma colaborativa, com envolvimento da empresa terceira responsável pelos operadores de atendimento. "Reformulamos todo o conteúdo do nosso onboarding, seguindo premissas de gamificação, solução de problemas, e identidade do nosso atendimento Livelo (nosso jeito de ser). Outra trilha importante é a de reciclagem, na qual olhamos para treinamentos de temas perenes e recorrentes ao atendimento, também com a mesmas premissas", explica Mendes.

Esse processo de reestruturação do treinamento digital alcançou alguns objetivos: maior conexão, conhecimento e engajamento, com o time de atendimento mais conectado com os clientes e entendendo mais sua realidade. "No onboarding, os operadores entram mais preparados para o atendimento, com mais repertório do que é e, principalmente, encantados com a Livelo. Os materiais construídos apoiam o momento de entrada do colaborador e ficam e são acessados depois por eles, como forma de apoiar seu desenvolvimento", aponta.