Patrus Ananias tem trajetória ligada a temas sociais
18h59 - 23/01/2004
Por Cláudia Pires e Carmen Munari
BRASÍLIA (Reuters) - O novo ministro Patrus Ananinas de Sousa (PT-MG), que vai comandar a área social, uma das mais críticas do governo Luiz Inácio Lula Silva, tem intimidade com os temas sociais.
Mineiro e deputado federal, foi indicado pelo secretário-geral da Presidência, o também mineiro Luiz Dulci, e recebeu o respaldo do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB).
Em sua gestão como prefeito de Belo Horizonte (1993-1996), Patrus viabilizou iniciativas de combate à fome e à desnutrição. Adotou uma política municipal de segurança alimentar, que se materializou no "Restaurante Popular" e nos programas Safra e Direto da Roça, que reduziram a ação de atravessadores nos produtos rurais.
Tem proximidade com as ações sociais pretendidas pelo governo Lula, já que participou da elaboração do programa social de governo do então candidato Lula.
Petista desde a fundação do partido, Patrus começou sua carreira política como vereador em Belo Horizonte entre 1989 e 1992. Foi membro do diretório estadual e presidente do PT no Estado.
Nascido em Bocaiúva (MG), Patrus Ananias tem 51 anos e é advogado, com especialidade em Poder Legislativo. É casado e tem dois filhos. Nas últimas eleições, foi o deputado federal mais votado da história de Minas, com 520 mil votos. Está licenciado da PUC-MG, onde é professor da Faculdade de Direito.
Segundo um colega da PUC da Minas, que não pedir para não ser identificado, Patrus é muito cristão e não tem posições radicais, seja na vida pública ou no PT. "É equilibrado e bom articulador", afirmou.
O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que Patrus assume, nasce da fusão dos ministérios da Assistência Social e da Segurança Alimentar e Combate à Fome e da Secretaria Executiva do programa Bolsa-Família.
O nome do ministro vem do sobrenome da família. O avô materno, libanês, tinha o sobrenome Poltrus, mas quando chegou ao Brasil o serviço de imigração trocou para Patrus. Uma de suas filhas, a mãe do ministro Patrus, decidiu dar o sobrenome da família como nome ao filho porque ela só tinha irmãs e o nome desapareceria.